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Encontrados 207 textos. Exibindo página 7 de 21.
01/09/2014 -
Dando voz ao amor
Cometa a espontaneidade de dizer que ama sempre que sentir vontade, pois é exatamente isso o que eu faço e aconselho. Não há maior arrependimento do que não dizer o amor. Aprisionar esse amor não dito atrofiado dentro de você causa uma série de consequências danosas ao seu corpo físico, mental e espiritual. Além disso, pense na pessoa pela qual nutre esse sentimento que jamais saberá desse amor. Pense que muitas vezes ela já sabe disso tudo e só espera por ouvir a sentença de seu coração para ser dona da ação. Tão difícil quão confessar um amor é ouvir essa confissão. Pois tal ato pede uma reação e nem sempre essa corresponde ao enredo que foi montado meticulosamente por sua cabeça. Porém, pior do que um final triste, quiçá trágico, é a falta de um desfecho. Nada é mais torturante e frustrante do que viver de possibilidades, de hipóteses, de abstrações. O “se” é um castigo para os que querem viver o seu sonho. Portanto, para o bem de todos, deixe vir à tona sua declaração de amor. Por mais simples que seja pode ter a certeza de que ela é importante seja para quem ama seja para quem é amado. E lembre-se de que o amor silenciado agora pode na fala seguinte já ser conjugado no passado.
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20/08/2014 -
Desenho mítico
Lá pelas tantas eu lhe acho santa. Mas quando a coisa pega eu lhe caço diaba. Inocência e indecência no mesmo olhar que eu levo pro altar e viro numa mesa de bar. E a boca que beija é a mesma que morde. O frio que tenta impor não é o bastante para esconder o calor que provoca arrepio em meio a um suador interior. E a elegância se casa com palavrões. E o prazer no paradoxo da sexualidade da saudade se enche de senões. Os sonhos tomam porre pelo seu corpo e entram em overdose pelas suas entranhas. Faz amor de manhã. Faz amor de manha. Arranha e não se acanha. Banha em minhas tramas. Constelações ora desavergonhadas ora tímidas formadas por uma estrela só que na verdade são muitas num desenho mítico. E o sexo se torna um xodó. Fá Lá Si Dó quantas notas pelas claves de sol dessa mulher ensolarada mesmo em noite de lua em nu artístico.
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10/08/2014 -
Durma bem
Durma, durma ao meu lado, de um jeito agarrado, sonhando com reinos longínquos. Durma abraçando meu corpo num ângulo oblíquo. Durma, durma falando comigo numa língua encantada. Durma não se fazendo de rogada. Durma com esses olhos descendo como cortinas ao final do espetáculo. Durma me envolvendo em mil tentáculos. Durma, durma como menininhazinha que pede proteção só por capricho. Durma, durma me transformando ora em príncipe ora em bicho. Durma, durma ensolarando minha noite. Durma, levando-me à boca do açoite. Durma, durma querendo-me sempre mais perto, puxando-me, agarrando-me, sufocando-me. Durma, amando-me. Durma, escolhendo de pronto o seu lado da cama, mas querendo ocupar todo e qualquer espaço. Durma, fazendo-me subir pelos seus laços. Durma, dobrando esse corpo de ginasta. Durma, no que lhe falta de pudor no que lhe sobra de casta. Durma, durma sem exigir antecipados sonhos ou nada de pesadelos. Durma exalando perfume de seus cabelos. Durma, durma sem pressa de acordar. Durma, durma, durma até o mundo que não nos é favorável se acabar.
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06/08/2014 -
Deus dará
Lá na estrada da serra tem um pé de deus dará, toda vez que passo por lá me canta um sabiá. Como um oráculo caipira ele me revela retalhos do amanhã. Sinto um outro tempo nascendo e crescendo dentro de mim a partir da aconselhação. Como ingá carregado, vergo mas não quebro e verdejo por inteiro. Tomo direcionamento e lá pras bandas do destino eu vejo a léguas de mim um sino que geme deus dará, deus dará, deus dará. Um sino tão grande como um sol, que badala pelo barradão do céu. E eu na coxia da vida ainda decoro as últimas falas do meu auto. E a mocinha cochicha no meu ouvido: a deus dará, a deus dará, a deus dará. Dará o quê? Dará a quem? Dará por quê? Só sei que assim entregue ao deus dará foi tocando a boiada do meu coração.
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01/08/2014 -
Delicie-se
Delicie-se de tudo o que o amor pode trazer aos seus pés, as suas pernas, a sua cintura, ao seu colo, aos seus pulsos, a sua boca, a sua nuca... O amor bem amado é capaz de provocar delícias que fogem ao campo do conhecimento. Para tanto, não se prenda, não se arrependa, não se coloque uma venda. Solte-se, liberte-se, encare o deliciamento propício do maior dos sentimentos. Assuma-se digna de todas essas delícias e aproveite cada uma delas sem pesar ou pudor. Ama sem culpa e sem ter que pedir perdão. Não há espaço para desculpa ou qualquer outra confissão que não seja: “eu amo demais” ao longo dessa deliciação.
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27/07/2014 -
De você em mim
Embola em mim. Embrenha em mim. Entranha em mim. Suba e desça em mim. Vá e venha em mim. Chega e chega mais em mim. Cola em mim. Salta em mim. Abusa em mim. Beba em mim. Fica em mim. Intrometa-se em mim. Contorça-se em mim. Provoca-se em mim. Tatua-se em mim. Contamina-me de você. Inunda-me de você. Enlouqueça-me de você. Perfuma-me de você. Atenta-me de você. Infesta-me de você. Vicia-me de você.
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01/07/2014 -
De dentro
Há de se abrir mão de tudo e ficar mudo consigo mesmo para escutar o que lhe habita. Deixar de lado toda a carga pesada acumulada pela estrada que acabou de uma forma ou de outra tirando a leveza, a nobreza e a delicadeza que fazem parte da sua natureza. Ingenuidade e inocência vão ganhando novos contornos com a idade. Todo lobo uiva para uma lua tendo ela como sua. E a saudade, por mais que se refira a fatos passados, é a anfitriã do amanhã. Escuta o que lhe povoa e não deixa o coração à toa, pois ele voa, ele voa, voa... ...
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26/06/2014 -
Doçura
Olhos de jujuba. Boca de beijinho. Corpo de cupcake. Braços caudalosos. Pés de moça. Alma em ponto de fio. Contornos bem-casados. Sonhos caprichados. Provocação trufada. Menina açucarada. Boas mordidas, bons bocados. Sexo confeitado. Textura de sorvete batido. Costas nevadas. Levíssima como macarons. Delírios granulados. Silhueta afrodisíaca. Superfícies deliciosamente aromatizadas. Intenções de camafeu. Pele decorada. Recheios elaborados. Silhueta de chocolataria. De raspar cada segundinho. De saborear de olhos abertos, fechados... Nada de travessuras ou gostosuras, mas de travessuras e gostosuras. De estalar na língua. De dar vontade. Deveras irresistível. Doce feito em fogo alto. Pernas de dar água na boca. Colo de algodão-doce. Cabelo de anjo. De comer na mesa, na cama, na rua. De dar desejo em quem jamais ficará grávido.
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05/06/2014 -
De colo
A mulher amada, independentemente do tamanho físico e temporal, é sempre uma criatura de colo. Não é preciso que ela peça para que num de repente você a coloque os braços e a nine. Há de se saber acalentar e aninhar a mulher amada promovendo um balanço que esteja em plena sintonia entre os dois corações. E quando no colo, por favor, coloque todas as palavras – das doces às fortificantes – diretamente na boca dessa mulher que deve ser alimentada numa dieta à base de romantismo. Tenha plena consciência da fragilidade dessa mulher que, como criança de colo, precisa de todo o cuidado e jeito. Carícias e outras demonstrações explícitas de afeto estão liberadas. Doe-se da forma mais apaixonada que conseguir. E muita atenção para não se inebriar com o perfume dessa mulher a ponto de lhe faltar os sentidos. Entre no mundo da mulher amada de forma inteira e precisa, mas jamais se descuide de quem leva em seu colo a ponto de perder o equilíbrio ou dar um mal-passo. A mulher amada, principalmente quando em seu colo, exige tudo de você. Por isso que eu digo que não existe nada além da mulher amada necessitando vivê-la de maneira plena. Carregue a mulher amada como se embalasse o próprio destino. Pois a mulher amada é o destino inicial, medianeiro e final de quem opta por viver de amor.
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02/06/2014 -
Depois que você nasceu
Depois que você nasceu, as bonecas nunca mais foram as mesmas. Depois que você nasceu, voltamos ao tempo das princesas. Depois que você nasceu, já acreditam em fadas. Depois que você nasceu, o amor tornou-se mais e mais amor. Depois que você nasceu, a beleza ganhou nome. Depois que você nasceu, anjas passaram a ter sexo em todos os sentidos. Depois que você nasceu, todos os barcos desejaram ancorar em seus cais. Depois que você nasceu, as mais famosas constelações brigaram por seu brilho. Depois que você nasceu, a delicadeza venceu. Depois que você nasceu, buscaram todas as formas de mimá-la. Depois que você nasceu, o ciúme enlouqueceu. Depois que você nasceu, o mito de que ninguém é perfeito foi derrubado. Depois que você nasceu, os cupidos lhe disputaram. Depois que você nasceu, quantos sonhos nasceram por você. Depois que você nasceu, meus poemas nunca mais foram os mesmos.
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