01/07/2014 - De dentro
Há de se abrir mão de tudo e ficar mudo consigo mesmo para escutar o que lhe habita. Deixar de lado toda a carga pesada acumulada pela estrada que acabou de uma forma ou de outra tirando a leveza, a nobreza e a delicadeza que fazem parte da sua natureza. Ingenuidade e inocência vão ganhando novos contornos com a idade. Todo lobo uiva para uma lua tendo ela como sua. E a saudade, por mais que se refira a fatos passados, é a anfitriã do amanhã. Escuta o que lhe povoa e não deixa o coração à toa, pois ele voa, ele voa, voa...
Que sua cama seja seu barco lhe conduzindo pelos sonhos que são ao mesmo instante apenas e mais do que sonhos. Que seus olhos sejam arcos a lhe lançar além do que a vista alcança. Dança o que não se cansa de se fazer esperança. Assuma suas intenções, suas sensações, suas vibrações e avança pelo que se quer pelo quanto mais puder. De cada semente só nasce um pé. Tenha fé no que lhe move e comove. Que cada lágrima escorra como o veio de um rio a lhe lembrar de que seu corpo não é um copo vazio.
Ama e ama sempre como se estivesse por um fio.
Comentários
Daniel, o único defeito dos seus textos é o último ponto final. Depois que começo não consigo mais parar de ler Esse em especial é suave e forte pelas combinações de palavras que você faz tão bem. Muito preciso e delicado na escrita Tem alma de verdade. Parabéns!
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