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Encontrados 60 textos de maio de 2016. Exibindo página 5 de 6.
10/05/2016 -
Calando à força
De tanto gritar o teu nome
Fiz-me eco e ecoando vou
Pelo seu silêncio arrebatador...
O tempo segue e minha fome
De você só aumenta. Voo,
Voo e nunca saio desse amor.
Choro e sua ausência me corta
O coração como capim novo
E me derramo todo em pranto...
Apenas sua saudade me importa
Gralho, estardalho feito corvo
O amor, o nosso amor, que é tanto.
Berro por uma mísera palavra sua
Um último adeus, um outro não, ...
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10/05/2016 -
Borrifando teu perfume
Borrifo o teu perfume como que tentando trazer de volta o teu corpo-de-cheiro, flor e pimenta num mesmo tempero. Borrifo sua essência e posso, como que magicamente falando, sentir novamente a sua doce e marcante presença. E pela junção das gotículas do seu perfume, vejo sem susto o seu vulto, seus contornos e entornos, sua silhueta se formando e se perdendo na penumbra de nós dois, sem antes nem depois. E essa espécie de holograma floral, cítrico, sensual que é você, ou parte de você, vai pela minha cama. Ó dama de notas zodiacais, tanto tempo faz e seu perfume ainda atiça o meu ciúme. Por onde anda você? Quem agora é dono dos seus cheiros? Quem se aventura pelo seu frasco inteiro? Quem se inebria nos seus buquês, nos seus quês de poesia, nas suas loucuras, no seu ardume? Porque me deixaste conhecer o perfume da sua falta? Me mata de prazer, de querer, de sofrer na sua fragrância. Enquanto a distância me cega e a saudade me ensurdece, tirando-me equilíbrio e razão, vou, com toda ânsia de viver, de viver-te, borrifando o teu perfume pelos meus sóis e luas, pelos meus lençóis, pelo meu corpo só. Sábio ou não, vou pela fantasia e novamente meus lábios vão tatuando na sua pele macia e perfumada o quanto continua amada.
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09/05/2016 -
Eu não sei o que sei
Eu não sei o que sei, o que deveria saber, lembrar ou esquecer. Eu não sei para onde fui, onde estou e por onde vou. Eu não sei se subo ou se desço a estrada, se eu me apego ou se eu deixo a coisa amada. Eu não sei o que me espera, se é inverno ou primavera. Eu não sei por quem me apaixonei, se pela bela ou pela fera. Eu não sei se hei, se há, se haverá amor de agora em diante. Eu não sei se minha cidade é real ou delirante, se minha vontade é carnal ou galante. Eu não sei se desperto, se adormeço, se perto, se disto, se esqueço. Eu não sei se escrevo, se dito, se dispo, se visto, se posso ou se devo. Eu não sei se em entranho, se me estranho, se me convido ou se me despeço. Eu não sei se peço ou se tomo para mim o que é meu por sonho e direito. Eu não se entorto ou endireito. Eu não sei se é o fundo do poço ou o apogeu, se o amor já é o gigante ou ainda um pigmeu. Eu não sei se é bem-feito, se é perfeito, se é o jeito que deus deu. Eu não sei se há, se haverá julieta para o meu romeu. Eu não sei se estou bem ou sem, se sou alguém ou ninguém. Eu não sei se sou sozinho ou multidão, se eu caminho ou se paro na contramão. Eu não sei se sou velho ou novo, escaravelho ou corvo, garça ou graça. Eu não sei se sou o que sempre quis ou o medo que tem de ser feliz. Eu não sei se sou o menino louco pela menina ou o menino pouco para a menina. Eu não sei se sou o que termina, o que começa, o que ensina, o que tropeça, o quem vem de marte ou da china. Eu não sei sou arte, se sou parte, se sou incluso ou inconcluso. Eu não sei me usam, se me cruzam, se me abusam. Eu não sei o que sei que em mim, por mim, para mim amores se lambuzam.
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09/05/2016 -
E pronto
Risca os canteiros
Semeia-me
De corpo inteiro
Ama-me
Cajueiro
Umbuzeiro
Tamarineiro
Se farte
Do meu néctar
Se mate
No meu prazer
Alfa, gama, beta
Suba no meu pé
De sonho e fé
E ao invés de dizer
Seu amor-mulher
Cortando meu tronco
Dê-me um beijo
E pronto.
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08/05/2016 -
Mãe, que seja tudo pelo amor maior
Mãe, ameniza essa dor que me pede colo. Mãe, só você para entender esse meu amor sem explicação. Mãe, o que eu faço com essa saudade que não passa? Mãe, essas metades que me juram eternidade do dia para a noite já não se encaixam em mim com a mesma perfeição. Mãe, qual será o meu defeito? Mãe, será que o meu coração ainda tem jeito? Mãe, fora do seu ventre tudo é tão dolorido. Mãe, distante dos seus olhos sou só um menino correndo pelo tempo, de sentimento em sentimento. Mãe, é complicado crescer, ganhar o mundo, tomar rumo. Mãe, pode gostar ou não, mas este teu filho vive batendo cabeça, caindo e levantando, à procura de viver o grande amor. Mãe, me perdoa por eu perdoar quem me faz sofrer. Mãe, perdi a conta dos desencontros, das quebras de expectativa, das promessas não cumpridas. Mãe, me faça forte para aguentar o parto, o rompimento do cordão, a separação. Mãe, sei que não é mais da sua responsabilidade, mas me diga como amar a todo instante sem pedir nada em troca, como estar junto mesmo distante, como chorar sem ninguém ver e logo se fortalecer. Mãe, me ensina. Mãe, me cuida. Mãe, me guia. Mãe, e que seja tudo pelo amor maior. Mãe, com certeza se eu fosse mãe não custava tanto a aprender a amar.
Comentários (1)
08/05/2016 -
Mãe de tudo
Mãe de todas as vidas
De todos os corações
De todas as saudades
Mãe das flores, dos rios,
Dos coqueirais, dos ares,
Mãe de tudo o que se move
De tudo o que frutifica
De tudo o que sentimenta
Mãe dos bolos, das costuras,
Do colo, das canções de ninar
Mãe daquilo que quer perto
Do que ninguém aparta
De uma defesa implacável
Mãe dos mimos, das preces,
Das comidinhas, das broncas
Mãe de todas as frentes ...
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07/05/2016 -
Desmedida
Me beija
Como se fosse o seu último beijo
Deseja
Fazer parte do meu único desejo
Ama-me
De gota a gota, sem medida,
Homeopaticamente
Desesperadamente
Chama-me
De saudade em saudade
Numa paixão desmedida
Desprovida de realidade
Me beija
Me deseja
Me troveja
À vontade.
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07/05/2016 -
Portas
Quantas portas você deixou abertas? Quantas você ainda pretende fechar? Portas só podem ficar abertas se por elas ainda for passar. Cuidado com portas encostadas, entreabertas, esquecidas porque por elas podem entrar o que você não espera. Quando for passar de uma porta para outra, certifique que a última está fechada, trancada, lacrada. No labirinto da vida, quanto mais portas abertas, mais chances terá de se perder. Você só conseguirá viver o futuro além-porta por inteiro se essa porta que você deixou estiver cumprida como uma espécie de missão, que não pode ser deixada incompleta nem mesmo por um novo coração. Só haverá amanhã se as portas do ontem estiverem fechadas, porque senão tudo se mistura gerando uma involução. Fecha as portas, com a certeza de que você já a cumpriu, e siga em busca de novas portas, pois um rio nunca volta.
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06/05/2016 -
Momento ideal
Meu dia é poesia independente de como for. Minha tarde arde. Minha noite é o açoite do amor. Minha manhã é febre terçã, intensa e rápida, "bençã" e ávida. Minha semana é cigana, está aqui, ali, acolá, indo e vindo sem parar. Meu ano é o antiplano, a quebra de expectativa, a oitiva sem roteiro, uma junção inesperada e amada de temperos. Meu mês é era uma vez com final nem sempre feliz ou com o feliz nem sempre tendo final. Meu tempo é sentimento real, carnal, sobrenatural, independente de como se manifeste, é o meu momento ideal e isso é inconteste.
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06/05/2016 -
Senhora do vento leste
Senhora do vento leste
Olha a chuva chegando
Nos confins do agreste
Não se avexe, rainha
Do sertão com a chuva
Que vem pintando
O céu azulado de uva
Senhora dos reis urubus
Olha a chuva arrebentando
A floração dos mandacarus
É chuva sertaneja
É anu que troveja
É rio dessalgando
Após o beijo do mar
Senhora da caatinga
Louva o anuviado
Que respinga...
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