Daniel Campos

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Encontrados 62 textos de março de 2016. Exibindo página 5 de 7.

11/03/2016 - A lenda de Juara

Juara é uma índia que aos 14 anos se apaixona por Ubirajá, um índio prisioneiro de uma tribo rival. Um amor proibido, pois ela, como filha do cacique, está prometida ao guerreiro Apoema. Ela se entrega a Ubirajá e fogem juntos. Na fuga, encontram o pajé no meio da mata, que profetiza o pior. Passam-se 13 anos. Juara vive com Ubirajá na cidade grande, num barraco. Ela trabalha como doméstica e ele, numa farinheira. Ubirajá é assassinado. Depois do funeral, Juara encontra uma jandaia dentro de seu barraco. Ela não entende como a ave foi parar ali, mas a adota. A ave tem comportamento estranho. Quer ficar grudada com Juara e agride seus amigos e qualquer homem que se aproxima dela. Ela começa a sonhar com o pajé dizendo que ela precisa voltar e com Ubirajá virando e desvirando a jandaia. Ela larga tudo e volta para a tribo. A jandaia vai junto. Na tribo é recebida com hostilidade e precisa lutar para reconquistar seu espaço. Descobre que Ubirajá havia voltado como jandaia para terminar a história deles, já que ele foi morto antes da hora. Apoema já está casado, mas ainda a quer como sua esposa, tanto que vence os duelos com outros índios por sua mão. Seu pai, o cacique, está muito doente e quer casar a filha antes de morrer. No dia do casamento com Apoema, por amor a Ubirajá, Juara se enche de penas e também se transforma numa jandaia voando pela floresta adentro.


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11/03/2016 - Com malícia

Entre sentimentos
E cruzamentos
Me aperta
Suando-me
Colocando-me
Por inteiro na sua boca
Finja-se de louca
Vem deserta
E cheia de malícia
Espanta a minha preguiça
Espicha o meu corpo
E num sopro cálido
Cora o meu eu mais pálido


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10/03/2016 - Miario

O gato miou na calha, na galha, na batalha onde fez cantador. Miou e arranhou o telhado para não cair no ladrilhado. Nem todo gato cai em pé. Muitos caem e morrem no colo de uma mulher. O gato miou e se assanhou quando a gataria o provocou. Miou gritado todo arrepiado. Miou chorado dando mostras de que ia se apaixonar. Miou pequeno fugindo do sereno, gato não gosta de se molhar, mas sabe como ninguém se lambuzar.


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10/03/2016 - Sonhante

Sonho, sonho avante
Sonho, sonho infante
Sonho, sonho além-não
Sonhos, hum, sonhação
Eu sonho e sonho a fio
Sonhos, ah, sonhario
Sonho bem por inteiro
Sonhos, ei, sonhadeiro
Eu sonho por dentro
Sonhos, ai, sonharento
Sonho assim por amor
Sonhos, ó, sonhador
Sonho, sonho louco
Sonho nunca pouco


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09/03/2016 - Quando esse tempo chegar...

Quando tudo acontecer como dito não me venha dizer que foi obra do maldito. Quando tudo escorrer pelos dedos da sua mão não me grite querendo uma solução. Quando tudo desaparecer ao seu redor não se iluda dizendo que já foi pior, pois o melhor você jogou fora. Quando tudo o que você acredita cair não tente sumir. Quando tudo o que você postou for esquecido não adianta procurar nos achados e perdidos. Quando seu nome não for mais mencionado não adianta fazer pose e apontar para um culpado. Quando seu reino desmoronar de nada valerá espernear. Quando todas as cartas tiverem na mesa e a partida perdida creia que o caminho certamente não é a briga. Quando sua sombra for maior que o seu corpo tenha a certeza de que o sopro de deus não zomba. Quando a solidão se instalar definitivamente no seu eu será inútil clamar por perdão, será adeus.


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09/03/2016 - Comigo ninguém poede

Faço uma ode
De fé
Aos que me guardam
E firmo
Comigo ninguém pode

Não tardam
Tentam e atentam
E não me aguentam
Eu sigo de pé
E limo

De saia ou bigode
Me juram e torturam
E no final
Etcetera e tal
Comigo ninguém pode

Não ando só
Nó não me prende
Veneno não me dobra
Cobra que mexe comigo
Logo se arrepende

Nada me medra
Sacode não me dá queda...
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08/03/2016 - Mulher de mulheres

Bendigo e saúdo a mulher
Em sua ancestralidade
E contemporaneidade
De Eva a Virgem Maria
Mulher santa e pecadora
Nossa Senhora da Guia
Mulher de todas as guias
Moça, menina, garota,
Mulher madura e marota
Mulher semeadora
De sonhos e fantasias
Madre Tereza de Calcutá
Salve Mãe Iara e Iemanjá
E todas as yabás
Oxum, Iansã, Obá
Graças a Deus
Nossa Senhora Apará
Bendita as mulheres do adeus...
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07/03/2016 - O rio da sede

Vasculhei as gavetas. Abri os armários. Procurei sobre o roupeiro. Vi pelas pedras do aquário. Não achei letra alguma do seu paradeiro. Andei pelos canais da TV e nenhuma notícia de você. Bisbilhotei pela internet, encontrei a Beth, a Margareth, a Ivete, mas nada de você. Perguntei para o pivete do sinal vermelho, mas ele não me deu sinal do seu cabelo, do seu joelho. Questionei o espelho e ele ainda me mostrou você vivendo em mim. Seu cheiro ainda emana das flores do jardim. Sua voz ainda grita e geme debaixo dos lençóis. E eu amanheço, entardeço e anoiteço com esses tantos nós que não desatam e me desacatam numa falta, numa ausência, numa penitência que me mata. Risquei as cordas do violão, perguntei ao nosso cachorro da imaginação, cochichei com os porta-retratos e ninguém te viu por aí. Pedi para um bem-te-vi de te ver, mas ele sumiu daqui. Pedi para um pirilampo te assuntar, ele foi como um relâmpago para nunca mais voltar. Pedi para meu anjo da guarda te guardar e ele deu de me faltar. Tudo o que era meu foi com você, meu sentido, minha razão, meu porquê. Tudo seguiu seus passos, correu para seus braços, intuiu para seus laços. Tudo do meu futuro ao meu passado foi arrastado pelas águas da sua correnteza. Sua beleza me inundou, me aguou, me levou o que eu tinha e o que desejava ter. Um rio de tromba d’água, sem anágua, sem paga. Um rio perfumoso e malicioso, de curvas e curvedos, de tantos segredos. Um rio de riscos, coriscos, perigos que me deixou sem abrigo. Um rio devastador que dá de beber para depois minguar numa sede de amor. Um rio que enche o coração, preenche de ilusão e depois some, deixando para a gente apenas o nome e o vazio.


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07/03/2016 - Confia na primavera

Desdá
Sua mão
Da minha,
Confia
Na solidão
Que é rainha
Do meu mar,
Eu vou sozinho
Pelas ondas
Como sonda
No meu barquinho,
Não tema
Quem rema
Em mim ainda
É a saudade
De você, amor,
Que não finda.
Desdá
Sua mão
Da minha
Canta sabiá
Crê na linha
Da nossa união
E espera
Tudo há de voltar
Quando a primavera
Chegar. ...
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07/03/2016 - Mulher sem saída

Quando me deito no seu ventre e escuto o som que corre pelos labirintos íntimos de mulher sem saída vou ao deleito. A vida e a morte a açoitam e nossas esperanças se amoitam. Você geme de pesar e de prazer. Suas contrações indicam um absoluto querer, pulsante e indomável. Mulher sonhadora e palpável. Escandaliza os meus ouvidos. Passa ao meu coração os seus tremidos. É trem sem trilho, mãe sem filho, canção sem estribilho. Deito em ti como quem deita com as esquinas, com os encontros inesperados, com os poetas do passado. É dona de um romantismo perdido, inviolado, incorruptível. Casta do fantástico, o desejo como um elástico da alma é tensionado ao impossível. E eu ouço as batidas, a lida dos seus fantasmas, os seus cataclismos e empirismos, num um som abafado e angustiado como que peito com asma. Eu ouça as badaladas, suas jornadas pelas invernadas do tempo, escuto o vento nascente e de luto de colocando sobre a cama enquanto diz que me ama. E eu te devoro, infiltro-me em seus poros, misturo nossas raças e no acalanto você acha graça. Constante e esparsa, desespero que não passa. Mulher destemida, livre e sem saída temo te perder antes de entregar minha vida.


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