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Encontrados 50 textos de outubro de 2014. Exibindo página 3 de 5.
18/10/2014 -
Sem errrar
Nada de se cegar. Nada de idealizar. Nada de parar de analisar a fundo o que está a se mostrar. Nada de ocultar. Nada de deliberar sobre o que está além do raciocinar. Nada de se jogar sem saber com certeza se haverá alguém para lhe aparar. Nada de se doar por inteiro a quem vai lhe desprezar. Nada de calar sua boca em outra boca que só sabe dela falar. Nada de desejar quem só sabe se desejar. Nada de colocar a vida mesa do bar. Nada de apostar o amor numa roleta que não para de girar. Nada de se hipnotizar. Nada de se deixar dominar por quem não tem nada a dar. Nada de se negar. Nada de esperar por quem não vai voltar, tampouco ficar. Nada de se deixar nas mãos de quem não sabe amar. ...
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18/10/2014 -
Dando o fora
Eu já fui embora
Antes e depois do fim
Eu já dei o fora
Do meu corpo
E até já de fora
Em mim
Por que eu sou
Metade diabo
Metade querubim
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17/10/2014 -
Grande paixão
Eu sou da terra do grande cacique
Que a todos olha
Com emanação
Fazendo convite
Pra elevação
Dos atos e pensamentos
Pro mundo das estrelas
No alento
Da grande paixão
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17/10/2014 -
Lua verde
Ouvi a mata estremecer. Vi a mata relampejar. Salve os caboclos de Oxóssi e o povo verde do rei Tupinambá. São cavaleiros de luz. São redes magnéticas. É cacique elevando uma seta branca. É a força nativa. O senhor das matas cortadas pela água doce de Iara. Salve os herdeiros do tempo. Salve os cavaleiros verdes, cavaleiros especiais. Salve as energias renovadoras. Salve a sabedoria dos pretos velhos. São mãos curadoras. São palavras singelas. Os pretos velhos falam baixinho e os índios fazem estardalhaço pelas matas que guardam mistérios. As pedras já viram tanto, mas não podem falar com homens. Os seres encantados se respeitam. Salve o verdume das coisas. Salve a encantaria das matas virgens, das matas frondosas, das matas verdejantes. Salve as lanças divinas. Salve as árvores que caminham. Salve a lua verde, a lua de Oxóssi.
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16/10/2014 -
Inigualável
Na escuridão do dia ela chega de assalto, ensolarada e quente, como se fosse queimar a gente em sua combustão poética. Chega sem ruídos colocando as peças do meu destino em movimento como num tabuleiro de xadrez. Reconheço cada um dos seus silêncios primaveris, que gritam como flores se abrindo. Já parou para pensar nas dores de parto das flores se abrindo para enfeitar seus jardins, suas ruas, seus vasinhos? Pois bem, a mulher que amo floresce calada para enfeitar minha cama, meu corpo, meu lado, minha alma. Eu me comovo com tudo isso e com isso tudo. E mesmo no quarto escuro reconheço nitidamente a explosão de silêncios da mulher amada se transformando em ramas e pétalas. Uma sinfonia natural, delicada, imperceptível para os ouvidos que não se atentam à poesia. Na verdade, ouso dizer que somente um mente apaixonada é capaz de perceber tais notas. Notas musicais e perfumadas que se espalham pelo ar a partir da mulher que floresce como uma fragata deslizando pelos céus da minha imaginação, que é mais real do que muito do que se vê por aí. Floresce, íntima e singular, de forma inigualável na medida exata do amor.
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16/10/2014 -
Amor de pão de ló
Eu quero um poema
Um poema só
Somente um poema
Em mi, si ou dó
Versos num teorema
De amor de pão de ló
Pra mor de adoçar
Os olhos de tanto mar
Da minha pequena
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15/10/2014 -
Sabiá fofoqueiro
O sabiá cantador das novidades
Encarregou-se de assoviar cedinho
Pelos corredores voadores da cidade
Que nos viu por ali aqui agarradinhos
Como duas aves num só ninho
Como quatro asas num só corpo
O sabiá fofocou pras bandas do rio
Que o beijo durou mais do que seu assovio
E chegou a ter um sonoro arrepio
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15/10/2014 -
Desmemoriado
Tenho medo de mais dia menos dia acordar sem memória alguma, a ponto de não saber meu nome e endereço. Isso porque tenho feito uma ofensiva contra minhas lembranças. Tenho queimado, feito um inquisidor da era das bruxas, todo o meu passado perdido. Todas minhas paixões que deram em nada. Todos os meus sonhos que não aconteceram. Todas as minhas ilusões que não vingaram. Tenho investido contra toda minha memória morta, todo peso que atrapalha minha caminhada cerebral, toda tralha que desperdiça espaço no meu disco mental. Só que nessa guerra contra tudo o que não me é útil, compromete pedaços de uma vida. Pedaços que me dão identidade. Não sei como vou acordar amanhã, hoje ainda tenho nome e endereço....
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14/10/2014 -
Sou nobre
Sou lorde
Vem e me morde
Sou conde
Vem e se esconde
Sou rei
Vem toda sem lei
Sou imperador
Vem sem medidor
Sou príncipe
Vem rápida-lince
Sou czar
Vem me beijar
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14/10/2014 -
Poço-coração
Ninguém me tira desse poço-coração. Sou do tempo em que o amor não se demovia nem por reza braba. Sou a paixão que não acaba, mas é acabada por mãos dantes apaixonantes. Ninguém me remove dos meus encantamentos. Sou amante da ilusão. Tomo drinques de solidão e fico parto, tropeçando em sim e não, em busca de meus rebentos que brincam ao relento de um universo de emoções sem senões.
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