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Encontrados 37 textos de junho de 2013. Exibindo página 2 de 4.
25/06/2013 -
Convite a Mandela
Mandela, pegue o primeiro vôo com destino ao Brasil. Antes de dar por encerrada sua missão heróica, tem mais uma tarefa esperando por você. Por aqui, do outro lado do Atlântico Sul, as pessoas se levantaram. E se levantaram com bandeiras, com desejos, com esperanças. O nosso povo está nas ruas lutando por liberdade. São brancos e negros de mãos dadas por um Brasil livre. São devotos e filhos de santo no mesmo coro por um país forjado na bravura e na indignação de sua gente.
Tata Madiba, enquanto não chega esse avião, grite daí que é preciso respeitar os direitos humanos de quem está nas ruas. São balas e prisões tentando calar a voz dos que não têm voz. São militantes de um novo tempo. São ideiais de carne e osso. São políticos e intelecutais tentando compreender uma pátria em ebulição. A consciência do brasileiro eclodiu de modo que todo dia é dia de Mandela, dia de valorizar a liberdade, a justiça e a democracia. É dia de refundar o Brasil. ...
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25/06/2013 -
Rosas druidas
Rosas caídas
Rosas distraídas
Rosas esquecidas
Rosas para quê?
Rosas de quem?
Rosas de buquê
Rosas traídas
Rosas perdidas
Rosas comovidas
Rosas sem (com) porquê
Rosas para quem?
Rosas do além
Rosas remoídas
Rosas feridas
Rosas descoloridas
Rosas à mercê
Rosas ao porém
Rosas de glacê
Rosas condoídas
Rosas partidas
Rosas dos druidas
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24/06/2013 -
Flores de Mangueira
Mangueiras floridas por todos os lados como fogos de São João. Flores pequeninas e agrupadas como grãos de néctar. Com toda magia, a floração do doce antecede a própria primavera. Os olhos se perdem por entre os cachos de flores e encontram cuícas, surdos e pandeiros. Salve Beth Carvalho, Alcione e Maria Bethânia, flores legítimas de Mangueira. Salve a Estação Primeira que dá sabor ao samba. Salve as mangas rosa, espada, ubá, manteiga... Salve Roberta Sá, Leci Brandão e Clementina de Jesus. Flores de tamborim. Flores de cavaquinho. Flores de alegoria. Flores cantantes. Flores passistas. Flores pela avenida, pelo morro, pela cidade, pela roça... ...
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24/06/2013 -
Mãe dos pedidos
Mãe das estrelas cadentes
Ouça os meus pedidos
Que cortam o céu latente
Em pleno São João
Mãe das frontes e fontes
Recolha os meus pedidos
Erguendo mais e mais pontes
Entre o real e a imaginação
Mãe dos altares estelares
Cuida dos meus pedidos
Espalhados pelos mares
Em garrafas de sublimação.
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23/06/2013 -
Nem toda, nem todo
Nem toda guerra é de pólvora. Nem toda rosa é de espinho. Nem toda pedra é de sal. Nem toda onda é de Iemanjá. Nem todo trovão é de chuva. Nem toda fome é de comida. Nem toda arte é de aplauso. Nem toda maçã é de amor. Nem toda linha é de destino. Nem todo enredo é de samba. Nem todo pecado é de confissão. Nem todo anjo é de luz. Nem toda sombra é de morte. Nem toda cachaça é de beber. Nem toda saudade é de passado.
Nem toda lua é de fase. Nem toda nuvem é de algodão. Nem todo sorriso é de palhaço. Nem toda revolução é de ideias. Nem todo sentimento é de corte. Nem toda dor é de remédio. Nem toda caminhada é de caminho. Nem toda estrela é de brilho. Nem toda fera é de ataque. Nem toda dança é de encontro. Nem todo cálculo é de exatidão. Nem toda orquestra é de som. Nem todo santo é de procissão. Nem toda partida é de chegada.
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22/06/2013 -
Velho boiadeiro
Pelas estradas da lembrança, os aboios de um boiadeiro que passa solitário. Passa no meio de centenas de cabeças de gado. Gado bonito, bem cuidado, que espalha seu colorido pelo estradão de terra. Aqueles cascos batendo contra o chão chegam a levantar uma poeira cujo gosto, apurado na língua, é de uma saudade extra-virgem. O boiadeiro, ora em cima de um cavalo aprumado ora no chão faz movimentos de um maestro que tem como batuta um galho seco.
Em ritmo compassado, a boiada vai marcando estrada e deixando sentimentos pelo ar. Sentimentos de um tempo que rompe as barreiras cronológicas. Vacas em branco e preto, garrotes dourados, novinhas avermelhadas, touros negros vão se misturando ao verdume da paisagem que parece escorrer, como água de mina, dos olhos daquele boiadeiro. Os aboios que deixam sua boca são tristes e fortes ao mesmo tempo. Aboios que colocam respeito e emocionam até as pedras do caminho. ...
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21/06/2013 -
Por tudo o que é mais sagrado
Por tudo o que é mais sagrado, ame como eu te amo. Por tudo o que é mais sagrado, insista como eu que não desisto de ficar perto de você. Por tudo o que é mais sagrado, avance em nossos planos. Por tudo o que é mais sagrado, sonhe como eu a sonho. Por tudo o que é mais sagrado, admita que ainda nos resta muito a conquistar. Por tudo o que é mais sagrado, sinta a alma das minhas palavras, dos meus gestos, dos meus olhares. Por tudo o que é mais sagrado, entregue-se incondicionalmente.
Por tudo o que é mais sagrado, prenda sua vida a minha. Por tudo o que é mais sagrado, acredite no quão inacreditável é o nosso amor. Por tudo o que é mais sagrado, tome de conta de tudo o que diz respeito a esse sentimento. Por tudo o que é mais sagrado, torça para que nosso final seja feliz. Por tudo o que é mais sagrado, vibre a cada beijo, a cada carícia, a cada reencontro. Por tudo o que é mais sagrado, dê de ombros para tudo o que tenta nos separar....
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20/06/2013 -
Manifeste-se
Manifeste-se por mais e mais lirismo. Manifeste-se por mais beijos na boca. Manifeste-se por menos distância. Manifeste-se por mais abraços longos e apertados. Manifeste-se por mais textos de amor, sejam eles poemas ou prosas. Manifeste-se por menos, bem menos solidão. Manifeste-se por mais luas de mel. Manifeste-se por mais tempo a dois. Manifeste-se por menos saudade. Manifeste-se por mais juras e loucuras de paixão. Manifeste-se por mais casais. Manifeste-se por mais criaturas amadas. Manifeste-se por mais feituras de amor. Manifeste-se por menos separações e por mais encontros e reencontros. ...
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19/06/2013 -
Dor caipira
O sítio ainda me dói. E me dói em seus terrões vermelhos, em seus pés verdes, em seus sulcos de água de mina. Quão doloridas são as lembranças daquele chão que por tantas vezes percorri descalço. Lembranças que cortam como vento que fecha as tardes de inverno. Dói ouvir o canto dos pássaros que não ouço mais. Dói olhar para as mãos ainda marcadas pela terra roxa. Dói saber que o tempo me separou daquele mundo de uma forma que não tem mais volta. Por força do destino, parti levando comigo a dor da falta. ...
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18/06/2013 -
Os gostos de junho
Entre quadrilhas e barracas de pescaria, tem paçoca, tem bolo de milho verde, tem pé de moleque, tem canjica de coco e de amendoim. Os beijos dos casais juninos têm sabor de vinho quente, de quentão, de chocolate quente. Tem baba de moça de moça caipira. Tem pamonha, milho cozido, pipoca e curau direto da roça. Tem bolo de fubá, tem broa, tem bom-bocado correndo solto pelo arrasta-pé. Por entre paletós remendados e cabelos trançados, tem pão com molho. Tem pé de doce de abóbora e de doce de batata-doce. ...
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