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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 211 de 248.
Quando ela vier
Quando ela vier, não importam as razões
Que ela tentou esquecer ou fingir.
Não importa se iremos ouvir perdões
Se nos consagraremos ou se vamos desistir.
Quando ela vier, com os seus porquês
Talvez já a tenha distante
Com as esperas postas num buquê
Onde a vida se faz a cada instante.
Quando ela vier, quero que venha no riso
Que estampa as vitrines das cartas,
Quero que venha com o siso
De suas sobriedade farta.
Quando ela vier, não será preciso dizer...
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Quando o amor acontece
O amor
Quando acontece
Esquece
A coerência
Das horas,
A paciência
De quem o chora
E tudo mais...
O que falam
É crendice,
Previsão de amor
É tolice,
O tempo não precisa virar
Ou se pedir à estrela-cadente
Para um amor vingar...
O amor é de repente,
Pode mesmo acontecer
Antes da primeira vista
E, por favor, não insista
Em negar. Aconteceu.
Comentários (1)
Quando voltar
Quando voltar, quero encontrá-la com um riso nos lábios.
Quando voltar, quero vê-la no lugar de costume.
Quando voltar, quero que seja a minha primeira paisagem.
Quando voltar, quero as suas mãos vazias para os abraços.
Quando voltar, quero ouvir algo diferente do silêncio.
Quando voltar, quero conhecê-la novamente.
Quando voltar, quero as novidades mais absurdas.
Quando voltar, quero todas as juras possíveis.
Quando voltar, quero sentir o sabor intocado da espera.
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Quantos poetas
Quantos poetas ainda escrevem
Quantos poetas ainda existem
Quantos poetas ainda se atrevem
Quantos poetas ainda resistem
Quantos poetas já se perderam
Quantos poetas estão de cama
Quantos poetas já enlouqueceram
Quantos poetas ainda amam
Quantos poetas se internaram
Quantos poetas ainda olham às estrelas
Quantos poetas ainda sonham em tê-las
Quantos poetas já se doparam
Quantos poetas ainda acreditam...
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Quarta-feira
Até quarta-feira
Meio da semana
Auge da rotina
Dia em que até
O sonho
Aparece em surdina
Dia em que a surpresa
Surge pequenina
Com roupas de menina
E toda festa
Abomina
Mas é só quarta-feira
O disse me disse
Vira besteira
E a vida é um
Queira não queira
Dia de varrer a poeira
E pedir mais um dia
Só de bobeira
E na quarta-feira
A felicidade é mais rasteira
Do que sua face mais arteira...
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Quartetos
A noite estava de toda perdida
Nada dentre tudo e todos restava
O voluptuoso frio caminhava
Na rua nua pela ventania varrida.
A lua opaca, exausta cochilava.
Sobra esperar o doravante dia
Do esmigalhado vidro se via
Um ébrio triste que perambulava.
De repente, surpresa inesperada
Garbosa, humilde, descomunal
Na miragem um tanto quanto irreal
A noite quieta fica então calada.
A vida pára, não se movimenta...
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Quase tudo
Jogue os búzios sobre a mesa
Como se deitasse ali
Fala para as linhas da sua mão
Dizerem baixinho
Um pouco da sua bruxaria
Deixa eu lhe ver
Na bola de cristal ou na borra de café
Fala-me teu signo e suas ascendências
Conta-me seu último sonho
E sua primeira vontade
Só não vale me roubar nas cartas.
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Quases
Quase fui lhe procurar
Por entre salões
Sacadas
Condomínios
Que não existem mais.
Quase fui lhe encontrar
Por entre papéis
Caminhos que não sei
E dias que poderiam
Levar-me a nós.
Quase fiquei sozinho
Por entre solidões
Procurei outros quases
E quase a achei como a deixei
Da última vez em que quase
Deixamos de ser quase.
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Que beijos os teus
Que beijos
Que beijos os teus
Que nunca mais
Aos lábios meus
Disseram adeus.
São relicários
Dos breus
São solitários
Pigmeus
Esses beijos
São desejos
São realejos
São marujos
De um mar que não fujo.
Que beijos
Que beijos os teus
São cortes
Na alma
São mortes
Sem calma
São espaços
De sangue
São os aços
São os mangues
Que beijos
Que beijos os teus....
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Que braços os teus
Que braços, que braços os teus braços
Apertando-me
Calando-me
Contando-me
Sobre teus passos, teus embaraços
Teus percalços
Que braços, que braços os teus braços
Acalanta-me
Levanta-me
Encanta-me
Com teus abraços, teus laços
É meu bálsamo
Que braços, que braços os teus braços
Envolvendo-me
Absorvendo-me
Absolvendo-me
Em teus compassos, teus traços
De Picasso
...
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