Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 167 de 248.

Fundo falso

Queria olhar para além daquelas coisas
Queria ir para além daquelas coisas
Queria saber para além daquelas coisas.

Coisas todas que num tempo, tive
Ou melhor, que pensei um dia ter
E, sem querer deixar, deixei.

Deixei-me no armário onde se deixou
Um dia, ali, junto com as roupas
Que por algum tempo foram suas.

Certamente não se lembra mais
As cores, os desenhos, os tecidos
Que foram parte do seu corpo.

Uma época que ficou sozinha...
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Futurista

Só pela dor
Se compreende
O trovador
Que trova
Pelas madrugadas
Trovas
Em prova
De uma namorada
Pós-moderna
Que assiste
Novelas medievais
E suspira
Por amores
À luz de velas
Fluorescentes
E se veste
Numa nudez de donzela
E vai à janela
De o décimo andar
E ameaça se jogar.

Lá embaixo
Ele estende os braços
Sofre com o marca-passo
Enquanto ela
Sorri satisfeita...
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Futurístico

E agora, o futuro?
O que será do futuro?
Ao menos do futuro que eu imaginei
Eu e você
Sozinhos no futuro
Agora,
Eu não sou ninguém
E você foi além
Da minha imaginação.


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Futuro do passado

Vai-se cada vez mais longe o dia
O dia da gente se encontrar
O calendário anda ao contrário
Quando se vê ameaçado
Ameaçado de acabar
De acabar antes do fim.

Sem você apaguei
As marcas do amanhã
E risquei os dias
Em que fiquei preso em mim.

Eu programei o despertador
E o alarme disparou ontem
Ontem foi quando acordei
Pensando que era futuro
Futuro do passado
E nós dois: separados.


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Fuzis e rosas

Se as armas não atiraram rosas
Por que essa legião de soldados
Está aqui
A me olhar me fitar me mirar
Como se eu estivesse
Entre o alvo e os dardos.
São soldados de caras amarradas
São soldados de caras pintadas
São soldados de almas fardadas
E vivas fadadas
A atirar a executar a matar
Pelo bel prazer
Ou por qualquer preço
Avessos ao final feliz.
São dez, são cem, são mil
Soldados
Armados e mal-amados...
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Gafieira

Um piston
Uma chuva
Uma ou mais
Notas
Escorrendo
Pelas calhas
No silêncio
De vozes.

Não me lembro a letra
O autor
Ou o poeta
Lembro apenas
Que as notas
Respingam
Num porta-retrato
Vazio
Onde imagino
Existir
Uma foto.

Não sei se ela
Gosta
Ou acha triste
A melodia
Só sei
Que as notas
Escorrem
Ora das nuvens
Oras dos olhos...
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Galáxias

Quantas as galáxias
Que se estendem pelos quatro hemisférios?
Quantas vidas
Não se escondem no deserto escuro?
Quantas estrelas
São tristes porque não sabemos que existem?
Estrelas que brilham a luz vã
Que ilumina o nada
Vivem no buraco negro de olhos
Não vêem
Não são vistas.
Estrelas,
Por que não sabê-las?
Estrelas do caos
E da depressão
Estrelas solitárias
E virgens
De olhares e outros amares....
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Galho de mamona

Durmo
Em seu colo
Enquanto oro
E me amolo
Na linha do sumo
Dos seus olhos laranja.

Eu amo em solo
E me enrolo
Na franja do desejo
Que me esfolha
Folha a folha
E de repente, vem um vento
E me desfolha.

E como parte da fantasia
E como minha dona
Sopra minha poesia
Num galho de mamona
Colocando-me a bordo
De uma bolha
De sabão
Soprando-me ao bombordo...
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Ganhadores e vencidos

O dia passou
E entre anoitecidos
Há ganhadores
E vencidos.
Há quem ganhou uma flor
E quem perdeu a primavera.
Há quem ganhou um sabor
E quem perdeu uma espera.
E entre perdas e ganhos
O nosso senhor tamanho
Foi o tempo
Que levou uma flor
Que trouxe primavera
Que levou sabor
Que trouxe espera.
O dia passou
E entre anoitecidos
Há ganhadores
E perdidos.


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Gérbera

Como se a taça do dia
Derramasse nos confins da noite
Tons e mais tons
De um mesmo amarelo
A noite se manchou
Do caramelo
Que não se desmanchou.

Amarelo não perdeu a cor
Continuou nas voltas
Do redemoinho
Que o vento da tarde soprou.

E o tempo amarelado
Borrou uma cor entardecida
Nas maçãs de uma lua
Envergonhada.


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