Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 154 de 248.

Dias que espero

Minhas mãos
Doentes
Rasgam fotografias
Como se rasgassem
Dias
Que ainda estão por vir.

Dias de bolero
Dias que bem quero
Dias que espero
E espero enquanto
Gero e me regenero
Sacrossanto.

Minhas mãos
Penitentes
Confessam fantasias
Como se confessassem
Dias
Que nem sonham existir.


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Difícil amar

Difícil amar, sabendo que os pés, pela própria anatomia humana, tendem a se fincar no chão.
E o amor, pede, diariamente, ao menos, três vôos...
Difícil amar, sabendo que é preciso inventar novas leis e teoremas, sejam eles matemáticos ou filosóficos.
Diante do amor, toda a psicologia tende a ser falha.
Difícil amar, sabendo que a distância é inerente ao amor.
A separação, física ou temporal, é um mal necessário para chegar-se à união perfeita.
E ainda saber que o amor é anti-físico e atemporal....
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Disfarça e passa

Não me encontre
Não me ache
Não me conte
Deixa
Eu me esconder
De mim
Porque viver
É lhe lembrar
E não tem remédio
Sofrer assim
Tem dó de mim
Deixa
Eu me esconder
E fim.


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Distância em mi maior

Me diga, por favor
Aonde foi que o seu caminho
Se desvencilhou do meu.
Eu ando sozinho
À procura dos teus passos
E não me acho.
A distância adoeceu
O amor
E eu me esqueci
De tentar lhe esquecer.
Será que você sorri
Enquanto me faz doer.
Será que ainda se recorda
Que existe
Alguém que acorda
E se faz triste
Pela falta tua
E se faz diferente
Porque o sol poente
Ainda não se casou com a lua...
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Ditadura

Abra seus olhos
Deixa a vida passar por aí
Não é mais permitido o amor
Foi censurada a poesia
Vem, abra seus olhos, alivia
Por favor,
Por favor.

Se não me quer ouvir falar de dor
Deixa-me entrar nos seus olhos
E brincar com seus sonhos
Porque a vida proibiu os sonhos
Deixa, por favor, morar nos seus olhos
Por favor,
Prometo
Ficar quieto e correr o risco
De me transformar em sal
E borrar sua boca...
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Ditos e reditos

Pensar...pra quê... no que pode acontecer
Sofrer... por quê... se ainda não existe dor
Tente sorrir... seja lá como for
Aceite o que a vida lhe propor
Ela sabe o que fazer... deixa acontecer.
Cante... se tiver vontade de cantar
Ame... é sempre bom amar
Perdoa... enquanto é tempo de perdoar
Só não fique esperando o fim
Vai se arrepender... depois chorar
Quando for tarde para recomeçar
Então não diga que a vida é uma ilusão
Porque da vida você não sabe não....
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Dizeres que destoam

Quando eu disser
Perdoa
É porque não quero dizer mais nada
Entre os dizeres
Que já se foram pelos vãos
Em vão.

Por mais que doa
Serei o vazio
Serei o silêncio
Serei o distante
Diante da amada
Que destoa
Nas sombras
Do além palco.

Quando eu disser
Perdoa
Volta para o meu corpo
Para a minha prisão
Foram tantas palavras
À toa
Foram tantas as frases
Foram tantos os textos...
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Dízimo

Eu lhe dou a minha parte
E o meu todo
Eu lhe dou o rosa da rosa
E o vermelho de Marte
Eu lhe dou minha fase garbosa
E o meu lodo
Eu lhe dou o meu futuro
Para você colocar as horas
E lhe dou o meu passado
Se quiser jogá-lo fora
Eu lhe dou os corações que fiz num muro
E lhe dou meu coração rasgado
Rasgado pelas suas unhas de pouco esmalte
Eu lhe dou meus gritos de "não, não me falte"
Eu lhe dou a minha força pouca...
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Do fundo dos olhos

Aquela mulher que me olhava
Do fundo dos olhos
Olhava-me em outros universos
Sem remorso de qualquer culpa e sem rancor.

Aquela mulher que me olhava
Do fundo dos olhos
Olhava-me entre o pecado e o perdão
E pregava palavras não ditas
E me olhava
E me tomava
Sem açúcar
E sem gelo.

Aquela mulher que me olhava
Do fundo dos olhos
Olhava-me paralela e perpendicularmente
Olhava-me em eclipses...
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Doação

Eu ofereço
O meu amor, eterno amor
A ti mulher amada
Invocada
Pelo grito em desamor
Que escorre nas palavras
Da boca do trovador
Chamando a flor
No lamento
De um sentimento
Que leva o amor
E traz o furor
Do encantamento.

Aceite a minha doação
Que ti louvo, ti louvo num canto
Na sublime trova
Que prova
O meu sublime encanto
Por ti que me encanta
Num amor que é tanto
E até me espanto...
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