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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 77 de 320.
29/09/2014 -
Não saber
Não sei com quem anda, e também não me importa. Não sei o que quer de mim, mas já tenho tudo certo o que quero de você. Não sei dos seus passos fora o fato de que os nossos passos se sobrepõem. Não sei do seu futuro, e também não quero saber do seu passado, quero-te presente. Não sei o que chora, porém, há de chorar se for para chorar em mim. Não sei o que busca, mas eu vou buscar com você ou, até mesmo, para você. Não sei o que espera, mas eu não sou de esperar. Não sei o que vai me pedir, mas eu aceito trocar o ímpar pelo par. Não sei bem a razão de tudo isso, mas tudo isso mexe com a minha razão. Não sei bem que me apavora em você, mas eu quero matar todos os meus medos. Não sei onde vamos parar, só sei que eu quero começar.
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28/09/2014 -
Pronto para ser feliz
Ando assoviando por aí. Estou leve. Sem peso. Pronto para ser feliz, de verdade. Mereço ser feliz na mesma proporcionalidade direta que mereço fazer feliz. E quem diz o contrário, que se cale e respeite a minha felicidade. Não sou feito de tempo para viver de espera. Não sou galo da campina para viver de grão em grão. Não sou criança para viver assombrado com o que será que há. Não sou nascido para ser sofrimento. Sou de luz. E quem deseja ser sombra, que seja longe de mim. Eu sou da fartura de sentimento. Os avarentos de coração que me perdoem, mas estão desde já condenados ao inferno particular. Minha consciência segue em paz. Fiz tudo o que eu quis, fui eu mesmo o tempo todo e verdadeiro ao extremo com o que mais importa para mim – com o que sinto. E fazendo jus ao velho e certíssimo ditado: não choro por defunto ruim. Sigo bem, muitíssimo bem, comigo. Sempre respeitei minha natureza apaixonada. Quem ganhou com tudo isso fui eu, pois eu sigo inteiro com meus princípios e instintos. Não tenho do que me envergonhar ou arrepender. Sou o que sou e é isso que me faz digno de ser e fazer feliz.
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27/09/2014 -
Lindo dia
Lindo dia porque todo dia para ser teu é mister ser lindo em cada micromomento. Lindo dia ao longo deste ser-tempo que descerra aos teus olhos revelando-se pouco a pouco na inteiritude de teus sonhos. Lindo dia àquela que faz de todos os dias meus lindos cânticos ao veio da felicidade e de seus afluentes. Lindo dia para a mulher que é feita de lindezas numa beleza que só cabe no espaço de um dia por meio de mágica. Lindo dia no mais completo sentido deste desejo que tem caráter existencial.
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26/09/2014 -
Até a última gota
Tem horas que remoo versos como um moinho caduco, que vai tentando tirar alma do que já nem animado mais é. As pedras do destino se debatem em mim comendo minha própria carne. Eu vou para além dos limites. Eu busco demais, até mesmo além da conta. Vou até o fundo, na verdade, até o mais profundo a ser explorado. Não paro. Não freio. Não desisto. Isto é, quanto há sentimento. Depois é o vazio. E eu não vivo de vazios. Preciso preencher e ser preenchido constantemente. Sem sentimento não há com o que se importar, do que lembrar e pra que sonhar. Sem sentimento até mesmo o passado mais marcante deixa de existir. Eu moo e remoo sentimento. Quando não há mais o que sentir e tudo se transforma numa ação mecânica, num viver impessoal, numa ânsia controlada, eu me doo a outras causas. ...
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25/09/2014 -
Vem fazendo festa
Cochila em mim de um jeito inesperado. Fala do seu maior amor roubado. Conta do que é capaz e de até onde jaz seu medo. Inspira canções até o sol mais cedo. Toma de conta de todas as criações. Corrompe os canhões. Sonha nos meus sonhos sem mais ponteios. Pega atalho nos meus devaneios. Vá até o fundo do meu eu. Encontra o que se perdeu. Limpa as nuvens dos olhares. Estampa seu nome em todos os lugares. Suba e desça por mim sem cerimônia. Limpa tudo de malefício que há em mim com esses seus olhos de amônia. Queima do meu ontem tudo o que não presta. Dá vida e mais vida a essa boca que me molesta. ...
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24/09/2014 -
Pássaro voou
Depois de tantas investidas, de tantas partidas, de tantas doídas... O pássaro nasceu e voou para bem longe e se fartou de tempo. Pássaro esticou asas e foi dar no horizonte de lá de trás dos montes leve como nuvem e forte como couro de rinoceronte, tanto que venceu os trovões e os rincões do medo. Pássaro fez ninho de meia-estação e picou um novo verão, de ares incríveis e lugares aprazíveis. Pássaro seguiu trilhos, estribilhos, filhos de uma geração que seguia o sol. Depois de tantos problemas, de tantos dilemas, de tantos poemas... O pássaro nasceu e voou para bem distante de tudo o que ficou. Pássaro abandonou o que lhe abandonara. Pássaro cantou contra o silêncio que lhe tomara. Pássaro se libertou das gaiolas da ilusão que lhe fazia fraco, tolo e solidão. Pássaro encheu os pulmões de verdade e saiu ainda meio zonzo, mas disposto a mudar sua realidade. Pássaro abortou um amor que só lhe fazia pesado, que só lhe tirava o céu, que só lhe afastava da lua. Pássaro enjoou de cantar para quem não escuta e foi morrer longe dos olhos sem amor...
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23/09/2014 -
Uma espera, uma janela
Já chega a reclamar de dor nas costas de ficar arqueada na janela esperando por seu amor. Até cochila sem a menor porção de medo de cair do segundo andar e quebrar os ossos que já estão em processo de esfarelamento. Embora conheça seu cheiro, seu andar, sua silhueta e até sua sombra, ela dá-se ao prazer de se confundir com todos os que surgem nas pontas da rua só para alimentar uma esperança despropositada em torno da chegada de seu bem. No fundo, sabe que ele não vai aparecer, tampouco passar sob sua janela e admirar o tempo em sua face. Ainda podia sacar uma flauta e tocar aquela canção cuja agulha da vitrola já riscou o vinil. Podia ainda esticar o braço pelas grades enferrujadas pela chuva e pela urina dos vira-latas e apanhar uma rosa, de um jardim farto, e atirar aquela mistura de pétalas, cores e perfumes em sua direção. Podia tanta coisa, mas não pode nada além dos devaneios daquela senhora que jamais deixou de ser mulher. As pernas podiam estar um pouco enferrujadas, mas os sonhos estavam tinindo de inteiros. Ela até deixava a comida queimar no fogo porque não podia deixar de espiar a janela. Tomando banho, fechava os olhos e imaginava a rua. E só ia para cama exausta de sono, vencida pelo cansaço, com a certeza de que se ele surgisse por aquelas alamedas ela seria desperta por algum anjo ou pernilongo apaixonado. Os bordados e alinhavos eram feitos na janela. Não gostava de novela, filme, programa de auditório, mas da programação da sua janela. Aquela televisão viva de mais de cem polegadas lhe trazia a razão de sua vida numa espera permanente pela próxima cena. E como tudo o que vinha de uma televisão, ela sabia que sua janela lhe trazia doses de ilusão, fantasia e imaginação. Mantinha-se fiel aquele quadro mesmo sabendo que seu bem amado jamais apareceria por ali; Não porque ele tivesse morrido, mas talvez porque ele nunca tivesse existido para além daquela janela.
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22/09/2014 -
Incoerência
Eu não posso me aproximar de você, mas meus anéis podem seguir em seus dedos. Eu não posso mais conversar com você, mas minhas joias podem continuar grudadas em seu corpo. Eu não posso ter qualquer contato com você, que pode se dar ao desfrute com meus solitários. Acabaram-se os presentes, acabaram-se os encontros. Interesses conflitantes. Mimos para mim, objetos de interesse para você. Enquanto eu amava, você aproveitava...
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21/09/2014 -
Alívio
É grande o alívio por não ter mais que carregar esperança alguma comigo. Sou um homem devastado, porém muito mais leve. Tenho um oco em mim que dá até eco. Porém, seu nome não é mais bem-vindo nem mesmo para ressoar. Você ateou fogo na floresta de sonhos que eu tinha. E se a esperança é verde, estou cinza. Pura fuligem. Ainda ardo com todo mal que me fez. Porém, sem esperança, a dor é menor. E se lhe serve de consolo, agradeço por ter acabado comigo, pois sem sonhos e esperança sou capaz de tudo, já que não tenho mais nada a perder.
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20/09/2014 -
Não sou você
Eu não falo a sua língua. Eu não me meto no seu prato. Eu não sou seu gato, tampouco seu sapato. Eu não adentro sua restinga. Eu não tomo da sua pinga. Eu não sou do tipo que se vinga. Eu não quero saber do seu jogo. Eu não quero colher o seu rogo. Eu não vou além disso. Eu não sou sua lata de lixo. Eu não me deito na sua cama. Eu não me ajeito na sua trama.
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