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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 89 de 320.
01/06/2014 -
No gargalo
Toma meus caminhos como seus, embriagando-se dos meus vinhos, cavalgando num cavalo marinho pelo meu corpo tão sozinho. Fere meu ser com as esporas dos seus olhos só, por favor, contra toda e qualquer dor, não vá embora ó mulher pelo menos antes de fazer o que bem quer. Entre amante e amigo faça o que quiser comigo. Toma conta de tudo o que é meu e ainda antes do final de modo todo especial me chama de teu. Que não haja intervalo, beba minha alma no gargalo.
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31/05/2014 -
Toma juízo
Se você me quiser eu posso tudo. Tudo o que sonhar e imaginar eu posso fazer acontecer. Não conheço limites, desconheço o impossível. Não tenho os pés no chão, mas na lua mais incrível que já pode desejar. Coloca suas mãos soltas no ar e deixa minha presença lhe levar. Projeta suas lembranças no futuro e permita viver o que quer viver. Não olhe pros lados senão para dentro de você. Tenha juízo, mas no sentido de não se deixar. Nada de desperdiçar emoções. Escuta o poeta e se desamarra, e se desprenda e aprenda que o pássaro só é pássaro no céu. Vá fundo no seu papel sem se esquecer que você é a protagonista do seu coração. E por mais que não veja o amor e seus caminhos estampado em jornais ou pichado em muros, fecha os olhos que tudo aparecerá como um letreiro neon.
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30/05/2014 -
Balanço
Quero metros de barbante e um pneu para fazer um balanço sustentado pela lua minguante. Eu, o capitão sem mar. Eu, o astronauta sem ar. Eu, o pirata sem prancha. Eu, o caçador sem caça. Eu, o pai sem filha. Eu, o lobo sem família. Eu, o violeiro sem corda. Eu, o artista sem palco. Eu, o apaixonado sem cura. Eu, o cavalheiro sem modos. Eu, o pescador sem isca. Eu, o guerreiro sem paz. Eu, o trapezista em rede. Eu, o primeiro dos últimos. Eu, o poeta sem lua. Quero metros de barbante e um pneu para fazer um balanço sustentado pela mulher minguante.
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29/05/2014 -
Corre sem saber
Corre sem saber para onde. Corre sem saber a razão. Corre sem saber o que traz. Corre sem saber o que lá esconde. Corre sem saber o que faz. Corre sem saber se é caminho de sim, se é caminho de não. Corre sem saber parar. Corre sem saber respirar. Corre sem saber porquê. Corre sem saber se para mim, para ela, para você. Corre sem saber olhar a paisagem. Corre sem saber amar. Corre sem saber se é de verdade ou miragem. Corre sem saber gritar. Corre sem saber fugir. Corre sem saber sumir. Corre sem saber se despedir.
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28/05/2014 -
Seja má!
Seja má! Vai, me tortura de carícias nesse amor sem cura. Vai, me roda ao seu redor, numa tontura bem-vinda: sou nave-coração na órbita de uma estrela-mulher. Vai, coloca em mim toda e qualquer loucura por mais louca que seja. Seja má! Dá na minha boca. Vai, me cala, me beija, me joga na vala das suas tentações. Provoque-me da forma que puder (e da que não puder também). Mata todos os meus caminhos para que eu só caminhe em direção a você. Prenda, sem o menor esforço, o meu destino ao seu amarrando-me por completo só pro seu prazer. Seja má! Imponha limites só para me atiçar ainda mais a superar tudo o que nos dista. Deixe-me com fome, com sede, som sono de você. Desfaça de mim só para me fazer logo em seguida ao seu modo. Leve-me ao choro mesmo não gostando de me ver chorar, mas só para atestar seu poder (e que poder...). Incendeia-me e não se preocupe em apagar esse fogaréu. Seja má!
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27/05/2014 -
É por você
É por você que eu acordo e saio da cama. É por você que eu me arrumo e me aprumo. É por você que eu não me podo. É por você que eu não sumo. É por você que alimento essa chama. É por você que eu sorrio e corro pra frente em feitio de rio. É por você que eu faço melhor. É por você que eu sei a língua do eu te amo décor. É por você que eu sustento o amor no patamar mais alto. É por você que eu desacato o possível. É por você que eu me acho e me faço incrível. É por você que muitas vezes meu coração sai pelo ladrão. É por você que eu tomo coragem. É por você que meu sentimento não dá aragem. É por você que eu faço valer o fato de ser apaixonado por vocação. É por você que eu tenho os pés nas nuvens. É por você que meu tempo passa sem que a esperança tenha qualquer sinal de ferrugem. É por você que eu acredito. É por você que eu me tenho bonito. É por você que eu vou até a última instância no que quero. É por você que o carinho esmero. É por você que aconteço e, que não esqueço e que mantenho meu endereço na casa da paixão. É por você que eu respiro. É por você que giro a realidade, dançando, orbitando, me dando em torno da saudade. É por você que não volto atrás. É por você que busco (e me busco) cada vez mais.
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26/05/2014 -
Alta conta
Tenha em sua alta conta tudo o que eu lhe disse até agora. Nada foi fingido. Nada foi tolice. Nada foi disse-me-disse. Nada foi infringido, pois o coração não tem lei. Afinal, o nosso direito fundamental é o amor. E o amor precisa ser vivido, praticado, defendido pelo nosso povo apaixonado. Deixa tudo de lado, medo e passado, e avance todos os sinais para viver o que está além da relação entre querer e poder. Tira sua roupa e se dê ao prazer de viver feito uma louca, feito uma loba que se entrega à lua sem pensar no que vão dizer sem imaginar o que vai acontecer. Tenha a certeza de que tudo é parte do mundo que lhe quer mulher. Não minta para si, tampouco se esqueça do que escrevi sobre você e para você. Tudo tem pelo menos um porquê. Aceita que eu lhe fiz eleita dos meus versos e escuta o que eu lhe peço. Nada de retrocesso. Nada de final perverso. Nada de acabar em nada quando temos – e temos – tudo para fazer valer o amor que queremos. Não tome partido do sofrimento, pois minhas palavras pavimentam o caminho que leva ao alento no melhor do sentimento. Não tema, teima em ser feliz comigo. Minha poesia lhe dá todo abrigo. E não há fogo-amigo em minhas tônicas. A minha paixão é crônica, sem volta e sem limite. Não lute contra, não assuste com o que aparentemente não dá conta, deixa tudo vir à tona e apronta. Vem e me conta seus sonhos mais secretos. Coloca seus desejos sob meu teto, sobre a minha cama e escreva em meu corpo que me ama.
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25/05/2014 -
Fome de você
Eu tenho fome de você. Difícil controlar a vontade de lhe morder. Impossível me convencer de que é preciso não, não lhe querer comer mais e mais. Comer com os olhos, com a boca, com as mãos, com os pensamentos e as ações. Sou faminto do que faz, desfaz e refaz você a todo momento. Fome do seu corpo, das suas prosas, da sua loucura, das suas rosas, do seu sopro, da sua doçura. Você atiça meu eu selvagem, meu deus primitivo. Você me escancara o apetite sendo um convite aberto e misterioso ao canibalismo, ao antropofagismo, ao tropicalismo de amor e sexo. Sua língua é poesia que me alimenta. Sua beleza dá fome em todas as minhas células, principalmente nas coronárias e neurais. Sua existência (e o que falar da sua presença?) redimensiona crescentemente o meu metabolismo. Há uma queima generalizada de sentimento consumindo lembranças e liberando sonhos. Declaro-me faminto de tudo o que compõe você, seja palpável ou não. Deliro com com seus sabores, com seus contrastes, com suas cores. Tenho fome de seus olhares, de seus luares, de seus lugares... Fome olfativa, ótica, tátil... Queria ser esfinge para que errasse todas as minhas charadas e eu pudesse lhe devorar misticamente. Quero ter você entre meus dentes. Quero colheradas e mais colheradas de você. Espero, de coração inteiro, provar cada um de seus segredos e temperos. Tenho gosto, muito gosto, de sentir a fundo o seu gosto. E sua ausência faz a saudade extrapolar os limites do abstrato e se transformar numa sensação fisiológica de fome, ai, de fome de você.
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24/05/2014 -
Um drinque comigo
Toma um drinque comigo desta saudade infinda. Vamos avistar a paisagem de nós dois fazendo planos para agora e depois. Deita e se espreguiça e me chama a deitar com você nas malhas do destino. Canta o hino das nossas palpitações. Acredita que você é a minha mais bonita criação, pois eu te crio, eu te mimo, eu te faço minha pelas variações da sua perfeição. Eu te faço balada, soneto, prosa e verso na essência do seu eu perfeito. Toma um drinque comigo porque eu já sigo naturalmente embriagado na tua inspiração. ...
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23/05/2014 -
Declarante
O amor que tenho não me diz de onde venho nem para onde vou. Sou barco flutuante. Amante do tempo incerto. Sou floresta sou deserto. Não sei do segundo seguinte; só de quem quero por perto por todas as minhas vidas.
Não me fale em despedida, pois não acredito no deus do adeus. Tudo é contínuo e inseparável se queremos assim e assim queremos, ao menos, quero eu ao querer você. E nessa querência ardo em feitio de fogueira.
Digam o que quiserem sobre mim, mas não duvidem do amor que corre pelos veios do meu corpo e da minha alma ora riacho ora corredeira. Não acho, tenho certeza do meu sentimento. Mesmo com todos os ventos e raios permaneço firme na sina de viver pleno e entregue ao que é e vem da mulher-menina.
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