Daniel Campos

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 107 de 320.

28/11/2013 - O espelho e a Branca de Neve

E foi então que o espelho se apaixonou pela Branca de Neve, desejando que ela mergulhasse mais e mais seus olhos nele. Ah! Como ele queria ser seu príncipe, mas era só um espelho. E, numa magia ainda não sabida, ele colecionava todas as expressões e belezas da Branca de Neve. No entanto, não havia mais onde guardar aquela beleza infinita, que a cada dia se mostrava mais e mais bela. Era beleza demais até mesmo para um espelho encantado. Ainda mais porque a Branca de Neve conseguia ser ela e outras personagens de conto-de-fada, como Cinderela, Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho... ...
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27/11/2013 - Preocupações

Eu me preocupo com o seu estar e com o seu ser. Eu me preocupo com a sua temperatura. Eu me preocupo com os batimentos do seu coração. Eu me preocupo com o seu anoitecer. Eu me preocupo com a envergadura dos seus sonhos, e se eles são sonhados no singular ou no plural. Eu me preocupo com os seus sentimentos. Eu me preocupo com o nível da sua ilusão. Eu me preocupo com o que vai fazer. Eu me preocupo com o andar do amar. Eu me preocupo com o que está dentro e fora de você. Eu me preocupo se vai ou não sofrer. ...
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26/11/2013 - Amor de barriga

Que eu possa beijar sua barriga sempre que tiver vontade, sem impedimentos ou contratempos. Deixa meus lábios, libertos do tempo, percorrerem esse território mais que perfeito. Que haja paz para eu viver todo o mistério, toda a magia, todo o encanto, toda a psicologia da sua barriga. Deixa-me escutar o canto que aflora da sua barriga. São cantos de amor, de esperança, de encontro e reeencontro...

Que eu possa protestar pela sua barriga, marchando, erguendo faixas, levantando bandeiras versando sobre o meu amor por você. Deixa minhas mãos se estenderem pela extensão sedosa da sua barriga, livre de qualquer intriga ou horda inimiga. Que eu possa brincar de ser feliz neste território, sobretudo, lúdico. Deixa-me escrever, com a língua, versos e poemas inteiros, de fevereiro a fevereiro, pela sua barriga...


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25/11/2013 - Corações-bomba

O que há de sentido no amor senão a falta de sentido? Essa loucura generalizada que toma conta das vísceras, das entranhas, do íntimo mais íntimo que há. E o instinto de matar ou de morrer por amor convive com a vontade de compartilhar um sono manso, capaz de amolecer o coração mais duro que possa existir. O amor dobra joelhos, acama, tomba heróis e eleva bandidos. Ninguém fica imune às tramas desta teia confeccionadas com mistério, beleza e veneno. Sim, o amor é letal, mas e daí? Quem se importa em sofrer todos os efeitos de um sentimento que para se fazer inteiro não deixa nada inteiro em você. em mim, em nós?...
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24/11/2013 - Em outro mundo

Ilhado. Isolado. Fadado ao esquecimento. Náufrago de um oceano sem energia, sem luz, sem eletricidade. Escrevendo saudades à luz de velas. Sem sinal de telefone, internet, fumaça. Porém, com sinais de esperança. Terra, céu, corpo e almas encharcadas. Bendita chuva que libera a fragrância das matas. Enquanto bocas descrentes reclamam dos prejuízos, pássaros cantam pelo silêncio. Sem o som da televisão, do rádio, do celular (descarregado), o som de bem-te-vis, sabiás, pássaros pretos, canários e jandaias ficam nítidos. E os relógios demoram a dar suas voltas. ...
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23/11/2013 - Princesa Iracema

Ela chega envolta de vermelho, com os cabelos longos e negros, cheirando a jardim de Mãe Iara. Princesa que não anda de coroa, mas com os pés no chão. Símbolo de humildade e amor, Iracema das águas, das águas de cheiro que perfumam o ar. Fonte daqueles que, como ela, tem sede de conhecimento. Iracema do sol que doutrina. Iracema dos enoques, das cachoeiras, das purezas. Iracema de tantas encarnações e de doces canções. Iracema decidida, de postura ímpar e séria, determinada a chegar onde quer. Iracema escrava, de espírito nobre, que lutou pra se libertar e se elevar. ...
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22/11/2013 - Sete fábulas

Uma especial e seis comuns sentimentando por meio de filosofias e teorias amoríticas. Uma fada e seis bruxinhas enfeitiçando o mundo e (des)conjurando homens dos mais diversos reinos. Uma lua e seis estrelas orbitando em torno de um mesmo tema: a felicidade, em caráter de urgência urgentíssima. Uma arqueira e seis flechas sendo disparadas aos olhos cheios, minguantes, crescentes ou novos por ali ou em lugares remotos.

Uma bela e seis risonhas falando e revelando e apontando seus sonhos, seus projetos, suas expectativas. Uma poesia e seis não escritas tentando encontrar o caminho da fantasia ilimitada. Uma anja e seis criaturas baixas espalhando milagres e pecados pela noite escura. Uma brisa e seis tempestades se movimentando espontaneamente. Uma princesa e seis plebleias bebendo suas mais preciosas experiências já ou ainda não vividas....
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21/11/2013 - “Não vai dar tempo”

Não vai dar tempo de ir mais uma vez a Brasília. Não vai dar tempo de lhe encontrar de novo. Não vai dar tempo de voltar a sua casa. Não vai dar tempo de lhe entregar o doce de laranja que eu fiz pra você. Não vai dar tempo de lhe dar um abraço. Não vai dar tempo de sair desta cama de UTI. Não vai dar tempo de sorrir outra vez. Não vai dar tempo de arrumar tudo para o Natal. Não vai dar tempo de eu ver nada além do que vejo agora por mais uma vez. Não vai dar tempo de eu conseguir levantar, andar, viajar... ...
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20/11/2013 - Encontramento

Encontra-me pelos meus desencontros. Encontra-me como se fosse nosso primeiro e último encontro. Encontra-me com meus olhos nos seus. Encontra-me fazendo valer do carpe diem. Encontra-me tentando, sonhando, sangrando... Encontra-me em um labirinto sem saída. Encontra-me compreendendo os medos, os segredos, os enredos, a relação paradoxal entre o tarde e o cedo... Encontra-me com emoções despidas e sem pensar em se fazer despedida. Encontra-me deixando portas e janelas abertas. Encontra-me sem muitos planejamentos ou expectativas. Encontra-me naturalmente, como uma rima encontra outra rima no casar do texto. Encontra-me sem deixar escapar detalhe algum. Encontra-me como trens que se encontram nos mesmos trilhos. Encontra-me no olho do furacão, no explodir do furacão, no tremor de peles e terras. Encontra-me como estrelas se encontram depois de vagarem pelas sombras. Encontra-me sem motivo e com todos os motivos. Encontra-me sem querer absolutamente nada senão o encontro. Encontra-me em uma das voltas do mundo. Encontra-me pela eternidade de um segundo. Encontra-me no alto mais alto da roda gigante. Encontra-me em um dos cavalos do carrossel. Encontra-me no frio da barriga da montanha russa. Encontra-me na cegueira dos sentidos. Encontra-me sem portar armas ou escudos. Encontra-me de um jeito nunca encontrado. Encontra-me buscando se encontrar ou reencontrar. Encontra-me na imensidão do infinito. Encontra-me de forma propensa a mais intensa intensidade. Encontra-me no silêncio das palavras. Encontra-me de mil maneiras a sua maneira. Encontra-me de dedos cruzados, sem véus, infernos ou céus. Encontra-me humanamente possível e impossível. Encontra-me calando as horas. Encontra-me roubando o chão. Encontra-me no realinhamento dos planetas. Encontra-me no eclipse da lua que até hoje não se encontrou. Encontra-me num buquê de perfumes e sensações. Encontra-me abusando dos sentidos, inclusive do sexto, do sétimo, do oitavo... Encontra-me no faz de conta da realidade. Encontra-me sem desculpas. Encontra-me como se encontrasse o próprio espelho.


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19/11/2013 - É amor demais

É amor demais para se esquecer ou ser esquecido. É amor demais para se entregar ao vento. É amor demais para ser deixado de lado. É amor demais para fingir que não existe. É amor demais para dar às costas. É amor demais para não estar sempre a postos. É amor demais para se abrir mão. É amor demais para não ser jurado para sempre. É amor demais para não querer o melhor sempre. É amor demais para não se entregar por inteiro. É amor demais que vale à pena esperar. É amor demais para desapegar assim tão fácil. É amor demais para não voltar atrás. É amor demais para sair por aqui fingindo que nada aconteceu. É amor demais para ficar à mercê de possibilidades. ...
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