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Encontrados 56 textos de janeiro de 2016. Exibindo página 3 de 6.
21/01/2016 -
Amor de maracujá
Meu pé de maracujá
Sobe e trança em mim
Numa paixão de grudar
Floresce pelo meu ser
Dá frutos no meu jardim
De mamangaba
Num doce cheiroso
E gostoso que não acaba
Ah, meu coração sabiá
Ama semente de maracujá
E o que haverá de ser
De um pé de maracujá
Sem ter no que subir e trançar
Pode se entrelaçar, que eu deixo
Amor de maracujá não tem preço
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21/01/2016 -
Considerando
Nem só de comida vive o homem. Nem sempre o homem é chamado pelo nome. O coração nunca é quem come. Amor que é amor não some. Não boto fé em paixão que dorme. Quando se tem sonho tudo é enorme. Não existe romance uniforme. E não há homem impedido de amar que se conforme. O destino tem tantos codinomes. A estrada de quem se ama é disforme. Não há quem bata e asse amor que mais cedo ou mais tarde a dor não desenforme.
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20/01/2016 -
Rodando e girando
Vou indo e vindo
Como deus quer
Deus é quem manda
O mundo girar
E eu rodar
Por esta terra
De gente
Que acerta e erra
Sem parar
De tentar
Porque a semente
Só vai brotar
Quando a casca
Quebrar
Tasca
Logo um beijo
Em quem ama
Provoca
Desejo
Na rua, na lua,
Na cama
Vai viver
Intensamente
Agora, de repente,
E urgentemente...
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20/01/2016 -
Força maior
Não vendo mais champanhe em seu copo ela saiu bebendo estrelas. Tropeçou em paralelepípedos portugueses achando que se enroscava nas pernas de Fernando Pessoa. Trocou versos com a noite escura e saiu pela lua como se nela pudesse vê-la. Andou, girou, cantou e amou bêbados, mendigos e prostitutas como se amasse os seus. E ao olhar para o mar de ressaca viu o reflexo de Deus no seu rosto marcado de tanto apanhar, e se dar e se machucar por acreditar no outro. Foi, sem querer, entrando num conto solto e sem final, entre a realidade e o surreal. Quando o sol deus as caras ela estava sem salto, sem vestido, no asfalto, despida e desprovida de qualquer lembrança. Era apenas uma criança crescida chorando e se buscando com gemidos ecoando em seus ouvidos.
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19/01/2016 -
Música de chuva
Em dias assim, chuvosos, nada é melhor do que acordar com Tom Jobim salteando pelas brancas e pelas pretas em arranjos de puro frescor. E, sem mais, tomar café com Vinícius de Moraes sentindo cada célula se apaixonar ainda mais como se isso fosse possível. Ver Bethânia surgindo radiante como um raio de Iansã e ouvir Alcione bradando por entre as nuvens tal um trovão que arrepia até a alma.
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19/01/2016 -
Entre poemas e trapos
Escrevo poemas no espelho do banheiro
Nos azulejos, no guardanapo,
Nas paredes, no seu corpo inteiro
Só para os seus olhos de trapo
Ler o que diz meu coração bandoleiro
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18/01/2016 -
Doando asas
Não precisa arrancar
Eu te dou as minhas asas
Não hei mais de voar
Internar-me-ei nas casas
Dos botões das rosas
Que o vento levou
Tornar-me-ei das prosas
O ponto do acabou
Leva, leva as minhas asas
Que já te deram abrigo
Leva, leva esse amigo
Que de amante foi amor
Maior. E que não seja rasa
A dor, pois de tudo
Nosso mundo foi grande
E ainda se expande em brasa
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18/01/2016 -
Silêncio, samba e amor
Silêncio. Ninguém bate tambor. O surdo ficou mudo. O piano fechou. O conjunto de cordas do violão arrebentou. Silenciou-se tudo. O riso, a flor e o amor. A banda se calou quando o cortejo passou levando o corpo da saudade que ainda arde em silêncio em nossos peitos, com todo respeito, de um quê perfeito que se eternizou. O sentimento chorou em silêncio. O vento nos embalou em silêncio. O firmamento desmoronou em silêncio. E a paradinha da bateria da escola dos corações apaixonados durou mais tempo do que se imaginou.
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17/01/2016 -
Na casa de quem?
Na casa de dona Zezé
Tem um pé
De mexerica
Muita futrica
Gente não falando lé
Com cré
Na casa de dona Alba
Tem um pé
De goiaba
E muita fé
Ave-Maria pra lá e pra cá
Que não acaba
Na casa de seu Carmelo
Tem um pé
De marmelo
E muito tropé
É festa que se alastra
E arrasta chinelo
Na casa de seu Lima
Tem um pé
De laranja lima
E muito rapapé ...
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17/01/2016 -
O trem do dia
O trem do dia vem vindo pela serra do bem-vindo. Vem todo lindo, feito de ferro e fuligem. Vem serpenteando pelos barrancos de dar vertigem. Vem com seu Arlindo e seu Olindo e seu Gumercindo. Vem convergindo para chegar ao destino entre apitos de menino e aflitos de coração. Vem tomando impulso pelo vento do ribeirão. Vem de lata chamando atenção dos vira-latas de plantão. Vem descendo, vem crescendo, vem florescendo como flor que aparece na estação. Vem sendo esperado por uma pequena multidão. Vem correndo e vigiado pelo gavião. Vem vindo, chegando e sumindo, das vistas num clarão. Vem no sacolejo, no relampejo, no beijo de um amor sobre trilhos que a cada curva tem um filho. Vem fazendo revoada de passarada com seu barulhão. Vem com a força de um trovão. Vem chegando, se mostrando, se dando, pouco a pouco, o trem do dia entre a realidade e a fantasia, entre a lógica e a emoção, entre o que se vê e a imaginação.
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