Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 29 de 248.

Bem-te-vi

Um bem-te-vi me avisou
Que te viu, que te viu
Será que te viu nas ruas
Pensando em mim?
Será que te viu nua
Fugindo de mim?

Na esguia quaresmeira
Afobado, que te viu
Cantava, que te viu
Inspirado em ti
Bela como nunca a viu
Bem-te-viu, bem-te-vi.

Insatisfeito voou
Cantarolando que te viu
E se perdeu nas brumas
Pálidas lá do rio
Viu-te entre espumas
Bem-te-vi, bem-te-viu.

De repente voltou...
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Bem-vinda

É linda
A bailarina
Vinda
Em cata-ventos,
Bem-vinda
A cada momento.

É linda
A bailarina
Que finda
O ardume
E se brinda
Ao ciúme.

É linda
A bailarina
Que ainda
Disfarça
E se esgarça.

É linda
A bailarina
Que ainda
De pirraça
Faz-se graça.


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10/06/2015 - Bem-vivi

Andar, voar,
Mergulhar e
Chegar até aqui
E feito bem-te-vi
Cantar: bem-vivi

Aprendi e escrevi
Que o bem-vivi
É chegar e assumir
Que nasci e cresci
Para sempre amar

Salve quem me ama
E me acompanha
Aqui, lá, ali
Bem-vivi
Salve os meus amores
Minhas damas
Meus mentores
Com quem bem-vivi


Benditas as ramas
Do meu coração
Colibri tão carregado...
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Benção amor

Amanheceu
E o dia já cedeu
À tentação
De um coração
Ainda mal amanhecido.
Entontecido,
O dia se entregou
A quem lhe confessou
Que a paixão
Não se acabou
E nem se acabará
Benção amor, saravá...

Amanheceu
E o sol
O dia levou pra lá
E o só
O dia levou pra lá
E o lençol
O dia levou pra lá
E a dó
O dia levou pra lá
E o rouxinol
O dia levou pra lá...
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Benção, glória, saravá!

Ai, arranca de mim
Essas flechas...
Ai, tira de mim esse ardor
Que me fere
A cerne
Da dor...
Ai, afasta de mim
O último cupido
Que ainda é tido
Como crente de amor...
Ah! São Sebastião
Do Corcovado
De Ipanema
Da Candelária
Leva de mim
Essas flechas
E fecha meu corpo
Aos que batem em minha porta
Querendo o amor
O amor que me há...
Ah! Meu pai, Oxóssi
Ah! Minha mãe, Oxum Apará...
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Bendicta

Bendicta mulher
Que traz a poesia não dita
Apenas sentida
Quente e nua
Em teu colo.
Mulher maldita
Pelos demônios vermelhos
Mulher que gira
Sol terra e lua
No movimento em lira
De seus cabelos.
Mulher de tantos apelos
Mulher de poucos apegos
Mulher bendicta fruta
Madura aos pés do pecado
Colhida no quinto eclipse
Do jardim do apocalipse.
Quantos os cavaleiros
Bestas feras...
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Berradeiro

Por que
Insiste em me olhar assim
Com esse sorriso:
Sorriso eterno e farto
Sorriso que contagia e chama.
Por quê?
Por que o sorriso no olhar?
Por quê?
Se em face aos meus
Os seus
Olhos
São livros não lidos
São pedaços de sentimentos
São sorrisos mal-acabados.
Por quê?
Será que finge o sorriso...
Será que o encanto é falso...
Será que é mesma você...
Por quê?
Por que será?
Por quê?...
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Bicho da seda

As suas mãos
Ainda demarcam a minha camisa
Está onde os botões
Não querem se abrir
Para não deixar escapar
O tempo que embora curto
Foi infinito,
Que embora triste
Foi de uma beleza difícil de entender.
As suas mãos
Ainda marcam o tecido
E a minha pele
De tal modo
Que diante da camisa em cabide
Pareço nu,
De tantas que foram as suas mãos
Sempre intensas
E propensas a longos abraços...
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09/10/2016 - Bigorna do tempo

Sua lembrança
Chega e se instala
Me tira a fala
E o juízo
Faz lambança
Atiça minha tara
E depois desaparece
Como quem diz
Esquece
De repente
Me vira a cara
E se torna
Novamente
O que nunca quis:
Lembrança

Uma lembrança
Que perdura
E entorna
O sentimento
E é tão dura
Como a bigorna
Do tempo.


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Bilhete

Nenhum bilhete
Esparramado sobre a mesa
Nenhum ramalhete
Ao lado de uma vela acesa
Nenhum sinal de partida
Nenhuma despedida
Aparente
Ou de repente.

Só resta
Um papel sem caligrafias
Só resta
Das flores e das velas
Outras fotografias
Nenhuma porta encostada
Rastos ou pegadas.


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