Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 181 de 248.

Quando voltar

Quando voltar, quero encontrá-la com um riso nos lábios.
Quando voltar, quero vê-la no lugar de costume.
Quando voltar, quero que seja a minha primeira paisagem.
Quando voltar, quero as suas mãos vazias para os abraços.
Quando voltar, quero ouvir algo diferente do silêncio.
Quando voltar, quero conhecê-la novamente.
Quando voltar, quero as novidades mais absurdas.
Quando voltar, quero todas as juras possíveis.
Quando voltar, quero sentir o sabor intocado da espera.


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Quantos poetas

Quantos poetas ainda escrevem
Quantos poetas ainda existem
Quantos poetas ainda se atrevem
Quantos poetas ainda resistem

Quantos poetas já se perderam
Quantos poetas estão de cama
Quantos poetas já enlouqueceram
Quantos poetas ainda amam

Quantos poetas se internaram
Quantos poetas ainda olham às estrelas
Quantos poetas ainda sonham em tê-las
Quantos poetas já se doparam

Quantos poetas ainda acreditam...
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18/01/2017 - Quantos “eu te amos”?

Quantos “eu te amos” que você ouviu foram realmente sinceros?
Quantos “eu te amos” que você proferiu vingaram, deram frutos?
Quantos “eu te amos” você jogou fora? Quantos você ainda ignora?
Quantos “eu te amos” foram meros dizeres, quereres inúteis, fúteis?
Quantos “eu te amos” você recebeu e depois vestiu de luto?
Quantos “eu te amos” foram mais curtos do que você esperava?
Quantos “eu te amos” foram gritados enquanto você calava?
Quantos “eu te amos” foram jurados e depois deixados ao deus dará? ...
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Quarta-feira

Até quarta-feira
Meio da semana
Auge da rotina
Dia em que até
O sonho
Aparece em surdina
Dia em que a surpresa
Surge pequenina
Com roupas de menina
E toda festa
Abomina
Mas é só quarta-feira
O disse me disse
Vira besteira
E a vida é um
Queira não queira
Dia de varrer a poeira
E pedir mais um dia
Só de bobeira
E na quarta-feira
A felicidade é mais rasteira
Do que sua face mais arteira...
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Quartetos

A noite estava de toda perdida
Nada dentre tudo e todos restava
O voluptuoso frio caminhava
Na rua nua pela ventania varrida.

A lua opaca, exausta cochilava.
Sobra esperar o doravante dia
Do esmigalhado vidro se via
Um ébrio triste que perambulava.

De repente, surpresa inesperada
Garbosa, humilde, descomunal
Na miragem um tanto quanto irreal
A noite quieta fica então calada.

A vida pára, não se movimenta...
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27/02/2015 - Quartinhas

Fala com o mar
Escuta o frio
Este arrepio
Do apaixonar

Senta com a lua
Chora na cheia
Cora e clareia
Chega flutua

Respira fundo
Dizendo ao moço
Manga tem caroço
Que dirá o mundo

Pensa num rumo
Entre dois juízos
Desenha sorrisos
Entorta o prumo

Joga nas onze
Vai e vem maré
Somos barro e fé
E não de bronze


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22/06/2016 - Quase convencida

Se está quase convencida
O que falta para se entregar
Para dizer sim, para se casar
Comigo, o amor da sua vida?

Se está quase convencida
Por que não vem e me ama
Se meus braços te chamam
Prum tempo sem despedida?

Se está quase convencida
Deixa-me ir além do seu teto
Te convencer por completo
Com meu amor sem medida.

Se está quase convencida
Deixa-me te dar essa certeza
De que não há maior beleza...
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Comentários (1)

Quase tudo

Jogue os búzios sobre a mesa
Como se deitasse ali
Fala para as linhas da sua mão
Dizerem baixinho
Um pouco da sua bruxaria
Deixa eu lhe ver
Na bola de cristal ou na borra de café
Fala-me teu signo e suas ascendências
Conta-me seu último sonho
E sua primeira vontade
Só não vale me roubar nas cartas.


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Quases

Quase fui lhe procurar
Por entre salões
Sacadas
Condomínios
Que não existem mais.

Quase fui lhe encontrar
Por entre papéis
Caminhos que não sei
E dias que poderiam
Levar-me a nós.

Quase fiquei sozinho
Por entre solidões
Procurei outros quases
E quase a achei como a deixei
Da última vez em que quase
Deixamos de ser quase.


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29/09/2014 - Que beijo seus beijos

Que beijo
Seus beijos
Boca de menina
Língua sagrada
Lábios de uma cor
Serenada
Que bota até a lua
Pra deitar

Que beijo
Seus beijos
Toda pequenina
Beijos de morfina
Curadores e protetores
Que levam à estratosfera
Numa saliva
Com perfume de primavera

Que beijo
Seus beijos
Doces como lima
Que se deixam colher
E se põem e envolver
Em rendas e véus...
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