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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 51 de 248.
18/07/2015 -
Pedra humana
Deixa as pedras rolarem
Pelos olhos de pedra
Desse humano concreto
Que é você, estátua viva,
Por onde as lágrimas
Escorrem e morrem
Antes de chegar ao chão
Onde os sonhos e amores
Como pássaros
Pousam, ficando ou não
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17/07/2015 -
No fundo dos olhos
Olha a fundo meus olhos fundos
Toma meu mundo e o que sou
Leva minha alma ao seu profundo
E me bendiga para onde eu vou
Eu sou pipa, maranhão, papagaio
Na sua mão
Voo alto estrelas, nuvens e raios
Você me sustenta, me unguenta,
Dando-me a linha do seu destino
Fazendo-me o seu sempre menino
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16/07/2015 -
Sem agora nem depois
E agora?
Estamos os dois
Sem antes nem depois
Vem ou vai
Ri ou chora
Será que cai
Em si algum dia
Por enquanto o passado
É só o passado, nostalgia
Quando a gente chegar
No tempo de agora
O amanhã já será ontem,
Anteontem, trasanteontem,
E o que estará dentro
Protegido, sonhado, iludido,
Estará então fora
Sem qualquer unguento
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15/07/2015 -
Nosso tempo
Quanto do seu tempo
Você vai me oferecer
Quanto do meu tempo
Você quer receber
Quanto da sua vida
Ou do meu mundo
Você vai me dar
Em alguns minutos,
Horas, anos ou segundos
Que não vão e vem
Com o mar, só vão além,
Para sempre além,
Como rio que não volta
Quando do meu tempo
Ainda lhe importa
Quando do seu tempo
Você me importa
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14/07/2015 -
Estrelas de algodão
Olhos de açucareiro
Lábios de fogareiro
Pernas de bailarina
A pinçar pelas esquinas
A sina que nos ensina
Que é feliz por inteiro
Quem não lima o tempo
Quem não tem sentimento
Por seu prisioneiro
Quem com amor rima
A vida e segue pra cima
Rumo às estrelas de algodão
Que nos levam a sair do chão
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13/07/2015 -
No meu bolso
E o meu bolso
É um calabouço
De prosas e versos
De um universo
De linhas e poesias
Anotadas, rabiscadas
Em qualquer hora do dia
Em pedaços de papel
Papel de pão, guardanapo,
Jornal, revista, gibi
Eu não escapo
De registrar o que eu vi
O que eu senti ou vivi
E essa sentimentagem
Eu levo comigo nos bolsos
Calabouços de afeição,
De ilusão, da paisagem
Que cresce pelo coração
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12/07/2015 -
Perto e dentro
No meu dialeto
Todas as palavras
Dizem e bendizem
Que querem você
Sem mais porquês
Por perto
Adoça minha boca
E me coça feito loca
Se gosta de surpresa
Posta seu corpo
Nas minhas presas
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11/07/2015 -
Lunático
Lua
Branca
Escura
Arranca
Ou fura
Meus olhos
Tendo-me
Cego
De paixão
Lua
Dos atos
Saltos
De bolero
Bem-quero
Tu
Num pacto
Nu
Na nua lua
Vou
À imensidão
Dramático
Enfático
Lunático
Que sou
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10/07/2015 -
Cavaleiro que sou
E do meu amor serei o cavaleiro
Levando seu estandarte por vales
E trincheiras de sangue e escuridão
Pelas estradas serei o mensageiro
Do sentimento. Não, não me cale
Pois o coração precisa soar inteiro
Pois a pausa rende margem à ilusão
E palavra quebrada é brecha à solidão
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09/07/2015 -
Amor urgente
Urgente é viver pra gente
De forma funda e não rente
Pois todo amor é indecente
Aparece todo inocente
E cresce ardentemente
E enlouquecedoramente
Dentro e fora, fora e dentro
Do humano recipiente
E por mais que doa o amor
É convicto reincidente
Não há do que se arrepender
Se você romper a semente
E brotar à vida de repente
Esquecendo-se que o presente
É o passado já poente
E o futuro do ausente ...
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