Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 216 de 248.

Retrós

E se de repente
A gente
Por um segundo
Se esquecesse
Do que pensa
O mundo
Atroz
E ficasse
A sós,
Contente
Feito um casal de albatroz...

E se de repente
A gente
Não mais
Se afastasse
E seguisse
Em paz
Sem ter um algoz
E ficasse
A sós,
Contente
Nas voltas de um retrós...

E se de repente
A gente
Não fosse tão
Ausente...

E se de repente...
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Revisitas

À meia luz de uma lua sem pautas
Olhos convidam bocas à contradança
E entre insinuações e outras licenças
De um deus que fugiu das ribaltas
Palavras são trazidas pelo vento
E levadas sem rumo e sem prumo.

Palavras em úteros e texturas
Que em feitio de outras criaturas
Ora gritam ora se calam
Ora se odeiam ora se resvalam.

Palavras vertendo à palma
Das mãos ainda minhas
Palavras sangrando a carne d?alma
Escorrendo sozinhas...
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Rezadeiras

Reza.
Reza porque deve haver um Deus.
Reza para alguma força, para algum destino, para algum instante que chama(m) de Deus.
Reza ao Deus dos cristãos, dos muçulmanos, dos ateus.
Reza ao Deus dos sem Deuses.
Maomé, Guru Nanak, Abraão, Jesus, Zoroastro, Bahá'u'lláh.
Reza.
Reza ao Deus dos credos, dos medos, dos tempos.
Reza ao Deus do sacrário.
Reza aos Deuses que não estão num altar.
Reza aos Deuses dos primatas.
Reza ao Deus das interrogações. ...
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Rezas

Bendigo o teu nome
Teu nome
Tristeza

Sou tua miséria
Tua transa
Teu prazer
E tua dor.

Hoje, amanhã
E depois me encontre
Nos lugares
Desencontrados
De sempre,

Não diga não
Ou nunca
Ou quem sabe
Ao vento,

Ontem, anteontem
E sem tempo me olhe
Tarde sendo manhã.
E tenha nas mãos
Linhas de promessas.

Lembra ou imagina
Dias atrás
Ou tarde demais.


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Rimas que rimam

Dias assim
Mias em mim
Fias de cetim
Alegrias de querubim
Vias de carmim
Fantasias de arlequim
Enguia e surubim
Ambrósia e alecrim
Poesia sem fim.


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Ringue

Briga
Fazendo-me cócegas
Na barriga
Briga
Fazendo figa
Para tudo se acabar
Num beijo
No estopim
De um desejo
A mais
Que não dá para segurar

Briga
Porque a saudade
É a pior intriga
Briga
Mas me conta tudo
Me chora tudo
Como se eu fosse
Tua melhor amiga
Me xinga
Me rasga
Me devora
Mas que coloque em cada insulto
O susto de uma declaração de amor...
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Rios e lagos

Não
Não me peça para parar
Eu sou rio
E rios vivem a passar
Se pararem não são rios
São lagos
E lagos não vão a lugar algum
Já os rios vivem
A correr
Para o mar
E o mar
Para além-mar.

Estendo velas
Como um lençol de núpcias
E corro pro seu peito
Como se fosse o último leito
Para se correr
Em busca do mar
Que chama o rio
Para dentro de si
Na esperança de ter
Em suas costas...
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Risco

É perigoso amar
E se dar
E se doar
E se entregar
Como ninguém
Às juras
Telepáticas
De outro alguém.

É perigoso amar
E jurar
E rogar
E se mostrar
Como ninguém
Aos olhares
Cegos
De outro alguém.

É perigoso amar
E se jogar
E se atar
E se explicar
Como ninguém
Aos medos
Secretos
De outro alguém.


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Rito

Toda vez
Que a primeira constelação
Surgir
Nos olhos escuros
Do céu
Saiba que este poeta
Nu em sentimento e coração
Vai cumprir
Seu rito
Mais bonito
Ao pedir
Tua mão
Em casamento
Aos deuses
Cegos
Pelas centelhas
Das estrelas
Que amam
Sob pena
De não vê-las.


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Ritual

A espera inconsciente
O toque do interfone
Os olhos no espelho
As chaves girando na porta
Uma outra respiração
Os degraus fugindo da escada
Uma explosão de sentidos
E...
A vida adiou o último verso...


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