Revisitas
À meia luz de uma lua sem pautas
Olhos convidam bocas à contradança
E entre insinuações e outras licenças
De um deus que fugiu das ribaltas
Palavras são trazidas pelo vento
E levadas sem rumo e sem prumo.
Palavras em úteros e texturas
Que em feitio de outras criaturas
Ora gritam ora se calam
Ora se odeiam ora se resvalam.
Palavras vertendo à palma
Das mãos ainda minhas
Palavras sangrando a carne d?alma
Escorrendo sozinhas
Num balé de valetes e rainhas.
Faço-me palavra
Não sei se falo verdades
Ou fingimentos
Assim como quem lavra
Os sonhos dispersos
De um rebento:
Falo em versos
E sentimentos.
Não me prendo
Não me vendo
Não me rendo
Apenas sou
Apenas vou.
Em palavras
Tenho-me
Não me tendo.
E nessa dança de sorrisos e olhares
Nos pares de uma conquista
Mais uma vez, sou tua visita.
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