Daniel Campos

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02/12/2016 - Coração de estudante

Não há como fugir, os estudantes, nesta época do ano, são inundados por uma mistura de sentidos, de emoções, de pensamentos que fogem à regra. Independentemente, se no ensino fundamental, no ensino médio, no curso técnico, no cursinho pré-vestibular, na universidade... dá um nó peito. Um nó que cartilha alguma explica. Essa mudança de ano ou melhor, de fase, não é fácil de ser assimilada porque traz à tona remanejamentos de contatos, de objetivos, de sonhos. Esses reencaixes da vida abalam, calam fundo, mexem com as estruturas mais íntimas do nosso ser. ...
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01/12/2016 - Menos sofrimento e mais amor

Nunca estamos preparados para mortes brutais, como a que se abateu sobre os jogadores da Chapecoense e demais passageiros do avião que caiu na Colômbia. É bem verdade que temos mais facilidade em aceitar a perda de alguém, com idade avançada, um tanto debilitado, depois de ser derrotado em uma longa batalha por alguma doença. A morte de jovens, sonhadores, vitoriosos nos deixa sem chão. Difícil de assimilar, de explicar, de digerir.

Porém, nada disso justifica a exploração, a exposição, a banalização do sofrimento pela mídia. A TV fala na tragédia o dia todo, trazendo velhos novos fatos, cutucando feridas, remoendo informações até a última gota. Sites de notícias fazem o mesmo. Até as redes sociais estão replicando a dor. Imagino os parentes das vítimas, totalmente fragilizados, sendo submetidos à tortura sem fim dos meios de comunicação. Ora um jogador está vivo ora está morto. Ele está bem, mas pode ficar paraplégico, perder mais uma perna. Quem é o culpado? Podia ter sido diferente? E o que fulano tem a falar sobre isso? O resultado de tudo isso é simplesmente desumano. ...
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30/11/2016 - O meu sonho

Quando eu sonho não desisto porque se desistir do que sonho automaticamente estarei desistindo de mim. Não importa o que vão pensar ou falar, levo meu sonho adiante. E não abro mão daquilo que acredito ser o melhor para mim sob hipótese alguma. Pode levar o tempo que for, meu sonho continua vivo comigo. Não tenho porque ter vergonha daquilo que eu desejo realizar. Eu sou pequeno, tenho uma série de limitações, mas, quando eu sonho, ninguém me segura. O meu sonho me deixa mais forte, dá sentido à minha existência, me faz querer seguir em frente, ter sede do amanhã, querer aproveitar cada segundo para buscar o que me destina. E o sonho é o meu destino. Podem ter inveja, ficar de disse-me-disse, mas ninguém jamais vai conseguir sonhar o meu sonho como eu. Podem até tentar roubar, mas ninguém leva o meu sonho de mim porque ele está enraizado nos meus sentimentos, entrelaçado aos meus neurônios, é parte integrante do meu coração. O sonho que sonho é o que eu respiro, o que eu bebo, o que eu como, o que eu vivo, o que eu amo. O sonho é o meu movimento ininterrupto, o meu voo, a minha queda livre, o meu mergulho profundo. O sonho que sonho me alimenta, me sustenta, me reinventa como ser-humano, como ser-apaixonado, como ser-sonho. O meu sonho é tudo o que quero e espero. Tudo o que tenho é o meu sonho. Por enquanto é um sonho. Mas quando ele se realizar vai deixar de ser sonho, vai ter outro nome... o seu nome.


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29/11/2016 - Notícias de mim

Eu não sei o que me acontece, mas tudo anda ou desanda revirado no meu íntimo. É como se meu coração tivesse de ponta cabeça, de pernas pro ar. Amanheço, entardeço e anoiteço com o mundo entalado em mim. E assim não dá mais pra ficar. Apertos no peito. Sufocamentos. Angústias. Uma tristeza vinda de não sei onde, não sei porquê. Não dá para entender. E eu não me entendo. Os pensamentos entram em rota de colisão. Os sentimentos me inundam. E eu viro náufrago da minha própria imaginação.

E vem uma vontade louca, mais que louca, de gritar, de correr, de me jogar no vazio, no escuro, no nada. Os olhos constantemente marejados. O amor mais que à flor da pele. Uma necessidade fundamental de dar e receber colo, de abraçar, de beijar na boca. E ao mesmo tempo de ficar só, tão só, a procura de algo que só eu posso encontrar. São tantos quereres, tantos sentires, tantas inquietações, tantos sins e tantos nãos. ...
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27/11/2016 - Acordar sem você

Você sabe o que é acordar por alguém? Abrir os olhos caçando outros olhos. E antes do café da manhã querer beijo com gosto de maçã. Como pássaro, desperto querendo seus braços como o meu ninho.

Você sabe o que é viver por alguém? Fazer tudo pensando, sonhando, querendo sua metade. Uma coisa de não se sentir completo se não estiver junto. E só ter motivos para florir quando seu amor lhe sorri.


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24/11/2016 - Dia contaminado

Hoje o dia passa devagar como se não tivesse coragem, adiando o encontro com o que lá vem. Todos passam sem pressa, como que carregando um peso maior do que podem suportar. São tantas mulheres sem sorriso. São tantos homens sem juízo. São tantas idas e vindas num movimento impreciso. Hoje tudo é talvez, numa incerteza que trata o destino com desdém. Em quem confiar? Em quem depositar suas últimas fichas? Os carinhos são escassos e quando chegam têm textura de uma lixa. Há vigaristas e falsários por todos os lados. E há um peso de viver num mundo que não acolhe o amor que está bem ao lado. O amor nem sempre se apresenta alinhado, conforme sonhado. O amor pode estar numa roupagem dolorida, sofrida, entristecida. E quem é que vai acolher o triste? Tolos os que andam acreditando que a felicidade por si própria existe. Sem o nosso sopro, sem a nossa ação, sem a nossa vontade, tudo se perde numa inútil realidade. Não há frascos de alegria, comprimidos de bem-estar, doses de euforia... a felicidade verdadeira se encontra em estado bruto esperando para ser lapidada. Não é o outro que esconde a pedra, mas a pedra que esconde o ouro. E como que cansados pelo simples fato de respirar, de não acreditar, de deixar de sonhar, poucos se dedicam à procura do que realmente importa. E contaminado por tanto pessimismo e fracasso, por uma preguiça de viver realmente o que é preciso viver, o dia, contaminado pelas cargas do desânimo, se arrasta devagar, como que não querendo encontrar o que lá vem.


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23/11/2016 - A bailarina não envelhece

A bailarina é a menina que conhece a passagem secreta para um mundo encantado, onde não existem palavras como impossível, maldade, traição. A bailarina é a pureza do primeiro beijo, a beleza completa, o último desejo, a curva em linha reta, o coração amiúde, a falta de gravidade, a fonte da juventude, a paixão que chega sem alarde e tudo invade. A bailarina é a menina que não cresce, tampouco envelhece.


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13/11/2016 - Moleque atrevido

E quando tudo na vida parece perdido e sem graça... vem o destino, tal moleque atrevido, e nos encaixa.


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06/11/2016 - Um amor mágico

Eu sinto uma saudade que não cabe em mim mesmo sem nunca ter ficado frente a frente com você. Sinto falta dos braços que nunca me abraçaram fisicamente falando. Nunca a vi de perto, mas é como se eu tivesse vivido a vida toda ao seu lado. Por mais que nos conhecemos ontem, nossas existências se encaixam como peças de um quebra cabeça tão complexo e, ao mesmo instante, tão fácil de completar. Eu te amo mesmo que não acredite que tenho ocorrido tempo e condições para haver qualquer amor entre nós. Eu não sei qual o cupido responsável por isso, mas devo parabenizá-lo, posto que a flecha foi certeira. Entreguei meu coração às mãos que ainda não tocaram as minhas. Desde que a conheci, o meu dia só amanhece com o seu bom-dia e somente consigo dormir quando avisto suas estrelas. Minha vida só faz sentido quando está sendo parte dela, e, por mais incrível que pareça, você tem conseguido, magicamente, ocupar todos os meus espaços. Inexplicavelmente, tenho na minha boca o gosto do seu beijo, no meu corpo o seu calor e na minha memória recordações do que ainda vamos viver. Mesmo sem nunca a ter visto ao vivo e em cores é como se eu a visse ao meu lado hoje e para sempre. ...
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05/11/2016 - Chegou a nossa hora

É hora da gente se desencontrar. É hora disso tudo passar. É hora da gente tomar nossos rumos sem pensar um no outro. É hora da gente nos compor se decompondo. É hora da gente se deixar solto. É hora da gente parar do outro o nosso estrondo. É hora da gente ir além do óbvio de nós dois. É hora da gente esquecer dos nossos lençóis. É hora da gente fechar o livro. É hora da gente dizer sem você eu vivo. É hora da gente tomar outro caminho e vergonha na cara. É hora da gente confiar no destino que une e separa.


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