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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 21 de 320.
29/04/2016 -
Além-sexta
Hoje é sexta. Finalmente. E todos ficam como que entusiasmados ou ainda contentes. Hoje é sexta e por isso tudo se dá de forma diferente. Mas e a quinta? E a quarta? E os outros dias de feira? Encontre o que há de melhor na terça ou na segunda. Não deixe a sua vida restrita a sexta-feira. Nem sempre a sexta acontece da forma como se esperou, se desejou, se planejou. Nem sempre a sexta é a solução de todos os seus problemas. Por isso, viva cada dia como se fosse o único. E encontre a beleza que há perdida ou escondida numa quarta-feira. Que a sexta seja sim esperada, mas que a terça-feira não seja desperdiçada. Que a quinta-feira não seja apenas uma ponte, pois ela tem o seu próprio horizonte. Que todos os dias encontrem o lugar devido na sua vida. Que todo dia seja dia de sonho e de lida, de amores, chegadas e despedidas. Que o amor, seja grande ou micro, encontre acesso em todos os dias da sua semana. Tenha ganha de viver a segunda, a terça, a quarta, a quinta como que pela sexta. ...
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28/04/2016 -
Ouça-me
Ouça meu grito. Ouça meu lado mais bonito. Ouça minha afetividade. Ouça meu sonho mais profundo. Ouça meu mundo. Ouça o que proponho a fundo. Ouça a minha cidade interior. Ouça o meu eu condor. Ouça meus lábios. Ouça meu mais sábio beija-flor. Ouça minha metade mais feliz. Ouça o que você sempre quis de mim. Ouça as cores e os cheiros do meu jardim. Ouça o meu jeito. Ouça as minhas movimentações. Ouça o meu amor-perfeito e as minhas solidões. Ouça o que ecoa do meu ninho. Ouça os rastros do meu caminho. Ouça meus perdões. Ouça as cordas do meu destino. Ouça o meu ancião, o meu adulto, o meu menino. Ouça o que me faz pulsar, vibrar, brilhar. Ouça as minhas entranhas. Ouça as minhas necessidades, as minhas vontades, as minhas manhas. Ouça o meu eu de dentro. Ouça-me enquanto sentimento.
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27/04/2016 -
Poesia não morre
Nunca tive medo da morte. Sou frágil sendo forte. Sou do sul, do meio, de dentro, do avesso, do norte. Tenho porte de cavalheiro na alma. Sou espírito afoito à procura da calma. Sou dor sem trauma. Sou pescador de fantasias. Sou ladeira, eira e beira, fogueira, vias e mais vias inteiras. Sou lua vazia, sou lua cheia. Sou candeia. Sou texto, sou verso, sou poesia. E poesia não morre. Corre para acontecer. Corre, corre para viver. Abra a porta, não importa se vai sofrer. Todo botão sofre para florescer. Todo carrilhão sofre para gemer. Todo coração sofre para bater. Todo sonho peleja para se realizar, e se não pelejou não valeu à pena sonhar. Quem sonha, quem ama, quem vive e não se enfadonha, não morre, como poesia apenas escorre.
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26/04/2016 -
Leia-me
Leia-me antes de dormir e ao acordar. Leia-me na hora do café, do almoço, do jantar. Leia-me andando, malhando, amando. Leia-me para se apaixonar ou para se manter apaixonado. Leia-me de pé, com fé, para (des)entender a mulher. Leia-me nas horas de solidão e nas que os sentimentos se alvoroçam feito multidão aí dentro de você. Leia-me com ou sem porquê. Leia-me de todas as formas, jeitos, trejeitos, sem lei, sem normas. Leia-me vestido ou nu, bem-passado ou cru, deitado, de quatro, plantando bananeira. Leia-me em qualquer posição. Fetal, sexual, de meditação. Leia-me por fora e por dentro, pelo avesso, pelo começo, pelas beiradas, pelo fim, pelas horas mais curtas ou mais alongadas. Leia-me a sua moda. Leia-me numa reta, numa curva, numa roda. Leia-me na sacada, na varanda, no quintal, na praia, no campo, na montanha, no espaço sideral. Leia-me na crescente, na cheia, na minguante, na nova. Leia-me em prosa, em verso, em trova. Leia-me em silêncio ou cantando. Leia-me no papel, no computador, no celular. Leia-me em todo canto, em qualquer lugar. Leia-me fazendo crochê, fazendo comida, fazendo amor. Leia-me seco e molhado, chuvoso e ensolarado, aberto e fechado. Leia-me na primavera, no verão, no inverno, na meia estação. Leia-me no quarto, na ladeira, no parque, leia-me todo de parte em parte. Leia-me de óculos, de binóculos e cegamente. Leia-me com luzes frias ou quentes, no nascente ou poente, calma e desesperadamente. Leia-me pelo amor demais, pela paixão à primeira vista, pelo sentimento malabarista. Leia-me para se vestir de palavras. Leia-me para se cobrir de lava. Leia-me como se fosse acabar. Leia-me sem conseguir me deixar. Leia-me entre quatro paredes, no balanço das redes, azul, vermelho, rosa, verde. Leia-me independentemente se feio ou bonito, mas no rito de ler o amor em sua intensidade, em sua vitalidade, em sua profundidade. Leia-me como quem lê o amanhã, o hoje, o passado. Leia-me querendo ser amado, mas não num amor qualquer. Leia-me o quanto puder. Leia-me e deixa vir o que vier. Leia-me desfolhando-me bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer.
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25/04/2016 -
Oceano de sonhos
Que todos os sonhos se convirjam para a perfeita realização como ondas dispersas que se unem para levar o barco ao seu destino. Ah! Que haja coragem e felicidade no ir dessa embarcação mar adentro, mar alto, mar aberto, tendo o horizonte como teto. Intensidade de viver e sabedoria para aprender com as pedras, com as correntes, com os tubarões que hão de surgir pelo trajeto. Que o amor transborde e inunde tudo o que há dentro e fora do mundo. Sonho que é sonho acontece mesmo no sonho. Que os sonhos ganhem em vigor e vitalidade, pois com sonho se alimenta a humanidade que há em cada um de nós, com sonho se cura uma saudade, com sonho transcendemos a uma outra realidade, quiçá, uma outra idade. Fecha os olhos e deixe a bússola interior nos levar a um tempo bem vivido, talvez nunca antes nascido. Que no oceano dos sonhos sejamos barcos leves como flechas que se entregam cegamente aos arcos dos cupidos.
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24/04/2016 -
Idade interior
Os jovens envelheceram. As crianças cresceram. Mas o menino que há cá dentro em mim continua aqui, a assoviar, larara lariri. Não deixe a meninice te escapulir. O sentimento é o que a gente quer fazer existir. A idade não conta quando a gente dá conta de sorrir. Não importa a matemática da certidão de nascimento, dos registros oficiais. O que importa é o agora, o que deve ser vivido, o que não volta mais. Esqueça do tempo, pois tempo não se prende, não se acumula, nem tem bula. Então, arreganha o coração e ganha o mundo, pois este segundo você não viverá mais não. E o melhor é viver tudo com a idade do perdão. A idade que permite que nos perdoemos e, acima de qualquer coisa, não nos culpemos mais não por dar à luz a imaginação.
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23/04/2016 -
Há uma voz que canta
Há uma voz que canta pelos confins do tempo me dizendo sins mesmo quando tudo se faz não. Há uma voz que é vela, janela e procissão me guiando e me iluminando quarteirão a quarteirão. Há uma voz falando fundo no profundo da minha incompreensão, querendo levar à tona o que está além, bem além da razão. Há uma voz ralhando comigo - não que eu seja seu inimigo ou seu amigo, mas é uma voz que me dá e me tira o abrigo. Há uma voz dizendo que todo pássaro precisa de um ninho, mas que pássaro algum pode deixar de voar na busca por não viver sozinho.
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22/04/2016 -
Árvores somos nós
Para que cortar, queimar, derrubar quem não está te incomodando? Por que fazer chorar quem te traz fruto, sombra e ar mais puro? Para que destruir quem não se opõe ao seu ir e vir? Por que tombar ao chão quem nunca pensou em te derrubar? Pra que sangrar quem nunca te feriu? Por que ignorar quem nunca sumiu? Nascida, a árvore merece viver, crescer, amadurecer. Não nascida, a árvore merece ser plantada, cuidada e amada como uma de nós. Árvores tem alma. Árvores amam. Árvores se ligam umas às outras e também aos que não são da sua espécie numa conexão que vai além da primeira, da centésima, da milésima intenção. Árvores são gigantes mesmo quando brotos. Árvores somos nós nos outros.
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21/04/2016 -
Vai e passa
Vai e passa, pois é o teu destino. Não fica porque sua sina não é de ficar. Coloca-se a caminhar. Mexa-se. Avance. Vá além do seu, do meu, do nosso alcance. Nada fica. Tudo vai e passa. O rio não para. O vento não morre. O fruto não espera no pé. O sabor, a dor e o calor vão e passam. A beleza de hoje não é a mesma de ontem. O amor de amanhã, se houver mais desse amor amanhã, há de ser diferente do de agora. Por isso, vai e passa em busca de suas aventuras, sem se importar se o que é feito é ilusão ou loucura. Toma seu rumo e não é com moderação que se faz o prumo. Pois tudo chega e vai, tudo vem e passa, nada será como é, nada foi como está. ...
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20/04/2016 -
Lavore
Há tanto para se fazer. Olha para os lados e ralha com você. Olha, olha quanto há por fazer. Não há tempo a perder. Trabalha. Valha por dois ou três. É a sua vez. Não deixa passar o tempo, pois o tempo é o que há de voltar. Segura o momento. Lapida o sentimento. Vá atrás do que é realmente importante. Faça diferente. Se reinvente. Não tente, faça, consiga, conquiste. Se não puder ser as asas, seja o alpiste do pássaro. Dobra o aço. Firma o passo. Corta todo e qualquer laço que te prenda ao sofrimento. Não fique isento à felicidade. Não ignore aquilo que o invade. Não se permita ao papel de observador. Seja o lavrador do seu campo. Nem pecador nem santo. Há tanto para se fazer. Deixe de doer e lavore o amor.
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