Daniel Campos

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Encontrados 142 textos. Exibindo página 8 de 15.

01/12/2013 - Encontro em três atos (3)

As cortinas se abrem. Música de funeral. A luz foca no Sentimenteiro, que está deitado. A fala da Estrela foi tão doída que o matou. Morreu de amor não correspondido. De tristeza, as estrelas que estavam penduradas, caem todas, como se o céu perdesse o brilho.Então, a Estrela, iluminada por um naco de luz, dá um grito não entendível aos ouvidos humanos. Então, ela se ilumina por completo e se joga da janela, e fica pendurada por um cabo. Dali, ela joga brilho sobre o Sentimenteiro, como dando sua vida para ele. Uma luz brilha dela para ele. E ele desperta. A música muda, ganhando um ritmo delicado. Começa então, um dueto poético marcado por certezas incertas e pela continuidade da espera, enquanto a Estrela desce até ele num ritmo bastante lento:...
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Comentários (2)

30/11/2013 - Encontro em três atos (2)

A estrela depois de escutar aquele desabafo apaixonado, completamente inesperado para uma tarde deveras chuvosa, aproxima-se ainda mais da janela de modo que suas pontas chegam a ficar respingadas pela chuva e, ela começa a piscar, numa reação de medo, de emoção ou de curto-circuito em razão do contato com a água. E, do alto daquela janela, observa o sentimenteiro de braços abertos, completamente molhado, esperando por suas palavras e, até mesmo, por um salto em sua direção.

Eu venho de longe, de um reino distante...
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29/11/2013 - Encontro em 3 atos

Imagine a seguinte situação: você está sentada(o) na plateia de um teatro. Escolha o seu lugar, onde fique mais à vontade. De repente, as cortinas se abrem. Há vários homens vestindo roupas pretas, caminhando olhando para o chão. Como cenário, três árvores secas, um banco de madeira, um prédio ao fundo cheio de janelas e um piano de cauda com um pianista que toca uma música enfadonha. Então, entra no palco o Sentimenteiro, que é um homem que vive pura e simplesmente de sentimentos. Vem vestido todo de branco e com pés descalços. Traz amarrado em suas costas, dezenas de balões vermelhos em forma de coração. A música muda, fica angustiante. Ele caminha olhando para o céu, em busca de uma estrela. Porém, há muitas nuvens de chuva. Nuvens pesadas. Há diversos raios cortando as nuvens. Então, um raio ilumina de vez o palco e um trovão ensurdece tudo. Começa a chover (a chuva é de papel picado). A música fica eletrizante. Ao contrário dos outros homens, o Sentimenteiro não corre da chuva, tanto que ele fica sozinho no palco. Continua olhando para o alto e correndo para lá e para cá. De repente, ele para. A música para. Os raios param. Tudo fica escura. E uma luz busca a janela do prédio, onde está a estrela que o Sentimenteiro tanto procurava. A Estrela, que é uma mulher, dança naquela janela, como não se importando com mais nada. O pianista volta a tocar, só que agora uma música de fundo romântico. As luzes iluminam também o Sentimenteiro, que já está com os balões em sua mão, como se fosse um buquê de corações. A Estrela segue dançando, como que em outro mundo, vivendo o seu universo particular. Ela está vestida com tecidos leves, esvoaçantes, e uma pintura que brilha cobrindo seus braços, seu rosto... Com olhos de contemplação, completamente apaixonado, o Sentimenteiro abre a boca e começa a libertar seus sentimentos na forma de palavras, mais precisamente, de versos. Para representar os sentimentos subindo à Estrela, o Sentimenteiro vai soltando um balão de cada vez. De forma emocionada, ele escancara seu coração à Estrela:...
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12/11/2013 - Eaudemoiselle

Olhos
Florais
Almiscarados
Exalam
A fantasia
Dos mascarados
Que se amam
De forma cítrica
E doce
Entre bocas
De mandarina
E beijos
De limão italiano

Feminino
E felino
Eis o coração
Buquê-floral
Sangrando
Pétalas
Delicadas
Rebeldes
E sensuais
Na florescência
Do verde
Perfume
De almíscar

O clássico...
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31/10/2013 - Este sou eu

Eu sou este que, sobretudo, ama
Um ser-amor por natureza e verdade
Incompreendido mesmo quando compreendido
Uma loucura ajuizada
Uma máquina de sonhos
O homem-fantasia no mais profundo sentido da expressão
Sou virado do avesso, com sentimentos à mostra
Sou imagem e semelhança de quem amo
Sou do amor sagrado mesmo quando profano
Um apaixonado convicto
Um romântico retro
Alguém que tem um par de asas sempre à disposição...
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29/09/2013 - Escuta aqui ó

Eu grito às tuas paredes
Que de concreto me calam
Eu me embolo em tuas redes
Que me deitam e me embalam
Eu pergunto aos teus verdes
Que pelas matas me ralham
Matas-me ou me matam
Nesta sede
De teus óleos que saltam
Vim e vede
Como teus olhos me faltam.


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22/09/2013 - Esperação

Espera, espera por mim
Que eu chego agora
Como sempre me esperou
E me desejou chegar
Atrasado ou adiantado
Não importa, sim
Chegarei na hora
Na hora certa
De quem sonhou, sonhou

Espera, espera por mim
De um jeito hipotético
Como sempre profetizou
E me idealizou: poético
Do começo ao fim
Vindo só e só por você
Como um buquê
De noiva sem porquê
Que pelo tempo ficou.


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19/09/2013 - Expulsão

Em nome de tudo
O que sou
Saia!
Vá embora!
Deixe-me!
Parta!

Em nome
Dos que me acompanham
Expulso
De mim
Essa dor
Que não tem remédio

Essa dor sem sossego
Que aflige e tortura
Que apunhala
Atormenta e cala
A cada segundo
Minha existência no mundo

Expulso
Com todas as minhas forças
E pela força dos meus deuses
Esse que grita e me habita...
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19/08/2013 - Encaixes

Vira
Tira
Viça
Enfeitiça
Suspira
Delira
Inspira
Atiça
Compõe
Supõe
Gira
Assovia
Fantasia
Dispõe
Encanta
Agiganta
Mia
Trilha
Ilha
Suplanta
Suspira
Pira
Humilha
Tece
Esquece
Desvira.


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15/08/2013 - Envia olhares

Envia olhares
Pelas vias
Que passam esguias
Entreolhares

Envia recados
Por sopros aos corpos
Das meninas
Dos olhos de assopro

Envia sinais
Sub ou sobrenaturais
Por meio de piscadelas
De olhos aquarelas

Envia olhares
Pelas crias
Das retinas de enguias
Em choques oculares.


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