Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 189 de 248.

Religião

Quando você se faz perto
Eu acredito
Nos sonhos
Que já iam distantes
De mim.


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Relógios de mim

É estranho dizer bom-dia
Para quem está em outro dia.
É estranho dizer boa-noite
Quando não há noite.
O dia em que você está
Eu não estou.
A minha data
Já passou
E minha falta
Não chegou.
Estou perdido no espaço
Sem saber o meu tempo.
Não vejo cartomantes
Calendários
Relógios
Ao meu redor.
O ontem
Ficou esclerosado,
O hoje
Se atrasou
E o amanhã
Fugiu de mim
Quando soube...
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Relojoaria

Quantos momentos passam em um tempo
Onde o relógio é tão vazio
E o horizonte ? intenso e infinito
Momentos que nascem e renascem
Em idas e voltas e revoltas e vindas
Quantas promessas prometidas
Quantas amantes amadas
Quantas palavras contadas
Quantas dores exorcizadas
Quantas luas desabotoadas
Quantos os que se renderam ao tempo
Lançando olhares ao nada do nada
Na calada de momentos
Que voltam como uma reprise...
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22/04/2016 - Reluz

Se tudo é troca
Pra você receber
Vai ter que dar

Se me provoca
O que vai poder
Enfim ganhar?

Se quer amor
Me ama
Primeiro

Se quer calor
Me chama
Num cheiro

Se quer afeto
Avizinha
Redefina o teto

Se quer luz
Aninha
Faça jus, reluz.


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Remasterização

Mesmo que as cartas tenham medo de falar
Ainda que o futuro custe um pouco mais
Raia o sol da primavera
Insinuando
Que vai se pôr
No calor de uma lua
Furta-cor...

Ah! Tempo tão sonhado
Eleva meu pensamento
Longe
E tão longe
Namora e chora
Nos olhos
Rasantes de um condor...

Só, náufraga de calendário,
Ice os sonhos
Levante e acenda
Velas
E chama pelo vento
Inter-tropical...
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18/08/2014 - Remediado

Nem pode haver
Maior remédio
Para o tédio
A amanhecer
Nos seus lábios
Com sua fronte
Em meu peito
Já dizia um sábio
De respeito
Que amar
É derrubar pontes
Para casar
Dois horizontes

E eu amanheço
E eu compareço
Na sua boca
Todo santo dia
E ainda falando
De amor... Amor
Nem que for
De forma rouca
Beijando
Sua fantasia
Deitando
Com sua alma...
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Remorso

Pela falta de abraço
Pela falta de adeus
Pela sobra de laço
Que aos seus
Sonhos
Corro e proponho
Que a gente
Olhe o céu
Daqui do chão
Olhe o céu azul
Vergando um botão vermelho
Sobre o seu cabelo.

Ai, o arranha céu
Da saudade
Reflete de norte a sul
A cidade
Da minha solidão
No espelho
Doce
Da ilusão
Que o caixeiro
Viajante
Me trouxe.


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Renascer da dor

Tinha de fazer uma canção
Mas eu preciso morrer
Para em um vazio coração
Poder de a dor nascer.

Basta de tanto sofrimento
De amar com lágrimas
O passado são páginas
Perdidas ao vento lento.

Pescador, olho para o mar
Despeço-me da solidão
E parto a remar a remar
A remar a ilha da ilusão.

Morrer é o que necessito
Quero um céu de luto
Raios e trovões e um grito
E um suspiro curto.

Morrer em despedida...
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21/08/2015 - Rendeira

Sinhá rendeira
Me enreda no seu oiá
Deixa eu admirar
Seu ponteio de cá a acolá

Sinhá rendeira
Renda-me de tanto amar
Nas suas rendas me faz voar
Assovia pro seu sabiá


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Renúncia

Ai, meu poeta
Eu queria tanto
Viver no seu mundo
Mas, no entanto,
Eu não consigo
Seguir sua trilha
Tão dileta
Então eu sigo e trilho
Feito uma ilha
De um mar vagabundo.

Eu queria
Me arder no seu sol
Mas eu não consigo fazer
O que faria
Em sonhos
Pra não lhe perder
Então eu sigo e me ponho
Feito um rouxinol
Que para se criar
Precisa se esconder
Que para cantar...
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