Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 144 de 248.

Chuva na roça

A chuva chegou
Correu enxurrada de guardados
Perfume de mato
Poça e barro
Pão sovado não cresce
Roupa não enxuga
Vela no escuro
O sono e as cobertas
Conhaque quebra friagem
Sopa de legumes
Música de fundo
Casa sem forro
Guarda-chuva quebrado
Chá de cidreira
A manga ganha gosto
A menina abre olhos de lã
A lenha queima e arde
Um romance entreaberto.


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Chuvarada

Não consigo aliviar essa tristeza
Que não só sinto como vejo
Em alguns momentos
Tenho a sensação de poder tocá-la
Com mãos fartas de intimidade...
A chuva cai
E escorre a realidade de mim
Ou o pouco que restava em mim
Para o bueiro.
A boca de lobo da ilusão
Traga a lágrima que me percorre
E escorre como tantas outras
Que marcam outros tantos rostos,
Mas cada qual possui sua história
Seus sofrimentos e seus valores...
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Ciclo

Duas luas
Se encontram:
Existimos.

A chuva
Cai no mar:
Nascemos.

A vela queima
Chama por chama:
Vivemos.

As bocas
Se encontram:
Sonhamos.

Pétalas
Se rasgam:
Amamos.

No céu
Apenas meia lua:
Morremos.


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Cidade cenográfica

Aqui dentro
De mim
Na cidade
Cenográfica
Da saudade
Uma lua
Posa
Nua
Em um quarto
Rosa
Quartzo
Como gelo
Em uísque
De botequim.


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Clara

Ai, noite branca
Canta
E espanta
A solidão
E gira
Gira-lua
Feito girassol
De pétalas claras...

Ai, como o sol
Repara
Nos teus cabelos
Amasiados
Carregados
De cores claras...

Ai, pára e canta
Para
Os que olham à lua
E não entendem
Como ela flutua
Clara
Nos olhos teus...

Ai, deus tomara
Que na solidão
Da rua
Que há em mim
Surja como uma ilha...
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Clareira

Se à noite
Clareia
Clareira
Do medo
E você sobe
No alto da lua
Não menos sozinha
Acalme-se
Porque a solidão
Que lhe apavora
Não é sua
És minha.

Deixa a solidão em meus braços
Porque eu já sei niná-la
Porque eu já sei amá-la
E só o tempo do sonho
Pode matá-la.


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Clarim

Partiu
Calada
Enluarada
Amada
Quis assim
Sem clarim
O nosso fim
Depois do choro
Depois do decoro
Depois do coro
Do não te amo
Do não te clamo
Do não te chamo
Sem me convencer
Sem me reconhecer
Sem me esquecer
Preferiu a solidão
Preferiu a desilusão
Preferiu a separação
Prometi tentar
Prometi duvidar
Prometi pensar
E veio a falta de vida
E veio a vida perdida...
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Clave de sol

São dois amores
Tão conturbados
Tão exacerbados
Bifurcados
Em desencontros
Que se encontram
Lado a lado
Em uma mesma nota
De uma só nota
O aço e o pinho
O marfim e o jacarandá
O doce (sopro) e a flauta
E um jeito todo musical de amar
Dois amores
Duas almas
Dois mistérios
E um mesmo corpo
Numa afinação
Numa harmonia
Numa cantoria
De silêncio e som
E entre orquestras em sinfonia...
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Clito e posídon

Mulher Atlantis
Mulher de Atlântida
Quebra as pedras
Do meu chão
E atiça minha imaginação
Com suas lendas
Proibidas
E me encilha em uma ilha
Nos vestígios da sua civilização
Perdida
Como uma oferenda
Aos náufragos da ilusão.

Deixa-me ser teu Posidon
E seja a minha Clito
E vamos nos amar
Pela terra pelo mar
Em muralhas
E fossos
Ah! Mulher aqüífera
De carne e osso...
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Closet

Dentro de um quadro
Um falso espelho
Ela olha
Como quem olha e não diz
Nem segredos
Nem medos
Nem se é possível ser feliz.

Entre olhares
Se angustia
Se refugia
Se guia
Como quem se esconde
Com olhos de onde
Onde estou?

Nessas idas e vindas
Olhares ocupam espaços iguais
A vida se desequilibra
A realidade desaparece
E o mundo se esquece
De tentar esquecer
Gestos tão surreais.


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