Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 167 textos. Exibindo página 15 de 17.

Olhos de dolo

Pense no choro incrédulo
Dos agnósticos
Pense no choro quebrado
Da quebra de decoro
Pense no choro arrependido
De um confessionário
Pense no choro vendido
De um falsário
Pense no choro em coro
De um condenado
Pense no choro da apartheid
Dos tóxicos
Pense no choro da saudade
Que enreda em rede uma cidade
Que um deus
Numa arquitetura
Feita nos volteios
De sua tontura
Resolveu erguer...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Olhos de giz

Quanto mais me busco
Mais me perco em seus olhos

Olhos de giz
Que me esboçam ilusão...
Olhos de solidão
Que refletem nos meus
Tão desesperados
Tão dilacerados
Pelo amor dos ateus...

Olhos de giz
Que somem no ar...
Olhos distantes
Que se afogam infantes
Nas ondas bravias
Sem calmarias
Do verde do meu olhar...

Olhos de giz
Que não me escrevem...
Olhos de licor
Que não me embriagam...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Olhos de mármore

Até amanhã de manhã.
Uma tarde e uma noite.
Logo estaremos
Juntos novamente.
Menos de um dia
Mais de uma chama
De vela
Que escorre na cera
Das abelhas
Que roubam
O açúcar
De olhos
Que podiam ser melados
Se não fossem
Pardos.

Podiam
Se não os tivesse
Em teu rosto
Como duas poesias de mármore
Tão belas
Quão frias.


Comentar Seja o primeiro a comentar

Olhos de sisal

Eu não tenho boiada
Não tenho nenhuma rés
Vou tangendo estrada
Aboiando corações
Esperando a minha vez
De ver o sertão virar mar
Numa onda de sal
Capaz de banhar
Seus olhos de sisal

Meu canto agreste
Que é rouco e sofrido
Vai dar maré cheia
Em seu vestido florido
E a lua de meia
Vai gemer em seu ouvido
Minha boca vai ser sua embarcação
Vou ser teu pirata da perna de pau
E a ilusão...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Olhos fundos

Será que seus olhos fundos
Ainda guardam tanta dor
Será que seus olhos fundos
Já descobriram o que se faz lá fora
Será que não é mais a mesma
De tempos atrás
Será que é a filha
Irmã, prima, conhecida
Dos fundos olhos fundos
Que nasciam lá dentro
Daquela mulher.

Será que na sua janela
Abrem-se rosas
E ainda não vê,
Será que já acordou
Será que é a continuação do sonho
Será que é o recomeço de outro sonho...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Olvidar

Esquecer
É tentar prometer
Coisas impossíveis
É tentar saber
Coisas invisíveis
E repartir
Coisas indivisíveis
Ao ato de se olvidar.

Esquecer é tentar
Se enganar
De forma bruta
E corrupta
É se pegar sozinho
Num murmurinho
Que nem mesmo lhe escuta
Ao tentar se olvidar.


Comentar Seja o primeiro a comentar

Onde se esconde

As vozes do vento
E os algozes do tempo
Estão aqui
Fora
E nessa prosa
Quem é que chora?
Quem é que sorri?
Quem é que goza?

Quando é o momento
Em que nós
Vamos ficar a sós
Pra fazer as pazes?

Quem esconde e onde
Esconde-se o conde?

De onde se esconde
Ronde quem esconde
Os ases
Que podem findar esse jogo
Que podem calar esse lobo
Que quer devorar nossas linhas...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Ônix

Nudez negra
Cheia de fendas
E espaços
A serem descobertos
E cobertos
Por outras mãos
Que hão de calar
Teus gritos
Que hão de matar
Teus mitos.
Resvala-se
Nas valas
Da tua pele
Que no lençol
Procria pernas
Cria tabernas
E um sotaque espanhol.
Roça-se
Nos roçados
Do teu sexo
Disposto
No meu reflexo
Sob os gemidos
Das donzelas
Sob os grunhidos
Das favelas...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Ontens

Quando eu disser
Perdoa
É porque não quero dizer mais nada
Entre os dizeres
Que se foram em vão.

Por mais que doa
Serei o vazio
Serei o silêncio
Serei o distante
Diante da amada
Que destoa
Nas sombras
Do além palco.

Volto para o meu corpo
Para a minha prisão
De ossos e carne
Foram tantas palavras
À toa
Frases
Textos
Jogados ao chão
Dos ateus...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Ópera

Arrumei as malas
Comprei a passagem
Ascendi uma vela
Estou de partida.
Vou nas asas de uma Fênix
Ou no lombo de um Unicórnio
Não importa
Vou cortar os céus
De Pégasus
Vou ter com Netuno
No Mar Egeu
Vou escalar
Os três mil metros
Do Monte Olimpo
Só para encontrar
A mulher que deu à luz
Ao amor e a paixão.

Vou chamá-la de Afrodite
Ou de Vênus
Na verdade
Pouco ou nada importa...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   13  14  15  16  17   Seguinte   Ultima