Daniel Campos

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Encontrados 184 textos. Exibindo página 11 de 19.

Mais-que-perfeito

Viver de amor
É deixar de viver
É quando a dor
E o sofrer
Não mais doem
Não mais corroem
Um coração.

Viver de amor
É saber que a ilusão
Nasce morre renasce
A cada instante
Feito a ilusão
De um amante.

Viver de amor
É viver de uma saudade
Gritante
É viver uma realidade
Ausente
É viver
Atrás das grades
De um de repente.

Viver de amor
É conhecer a fundo...
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Manicômio

Não há nada pior do que não saber a mulher amada
Se você a vê, ao menos de longe, sabe que ela existe,
No entanto, se ela surge só em pensamentos, eis o perigo:
A linha entre saudade e loucura é fina demais.
Ela pode estar em um penhasco ou em um apartamento
Que não faz nenhum sentido
A distância talvez seja a maior das traições
Ainda mais quando ela não deixa caminhos
E assim se faz a mulher que não se sabe
Distante e presente, ao mesmo tempo, ...
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Comentários (2)

Mãos de folia

Ai, os pares da sua mão
E um vento frio
Nasce a ilusão
Neste vazio
De ar
E solidão.

Ai, os lares da sua mão
E um deus traidor
Embaralha olhares
Na fina flor
De tantos luares
Que não se vão.

Ai, os mares da sua mão
E uma linha louca
Deslizam pelas ilhas
De tantas trilhas
Da alma rouca
De um folião.


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Mar de amar

Eu, você e um navio a deslizar
Na areia azul do mar
E o sol a velejar
Sobre teu espreguiçar
O mar e a gaivota a planar
No céu celeste de luar
Aos teus lábios a cantar
Um ontem a relembrar
De o efêmero suspirar
Do beijo a emoldurar
O horizonte a nadar
Nas ondas deste mar
Calmo a devagar
Em teus seios cochilar
E quem sabe sonhar
Para o mar não se acabar
E o amor não deixar de remar
Relutando ao espumar...
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Mar de ressaca

Foi se para além do tempo
O tempo em que o mar
Era um lugar
De ondas
Ilhotas e lorotas
De pescador

Hoje o mar em maré alta
Sob testemunha de um pirata
Se divorciou
Do marinheiro
Se desquitou
Do veleiro
Se separou
Da sereia
Mulata
Que oxum lhe presenteou.

E para mor de quem pergunta
O mar assunta
E se quebra
Solteiro
De amor
E requebra
Violeiro...
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Mar e ilha

Nuvens mais escuras
Nuvens mais grossas
Nuvens mais embaçadas.

O mar estende seus braços molhados
A ilha se encolhe envergonhada
Ondas, ventos e espumas
Acabam-se naquele seio
Perdido entre os trópicos.

Nem transatlânticos
Nem sereias
Nem escafandristas
Naquele horizonte.

Nenhum esboço de sorriso
Nenhum projeto de traição
Nenhuma decoração mais ousada.

Só o mar e suas faltas
Só a ilha e seus medos...
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Mar negro

Ledo
Engano
O negro
Mar
Soberano
Ainda não chegou aqui
Mas as ondas do tempo
A todo o momento
Meu corpo chicoteiam
Minh?alma serpenteiam
Em suas idas e vindas.

Ondas bem vindas
Que me navegam
Ondas mal vindas
Que me carregam
E juntas me levam
Pro mesmo lugar
Seus olhos
Seus olhos
Seus olhos
Negros.

Olhos negros
Olhar oceano
Faz da distância...
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Marchinha

Me me me menina
Veja só o que aconteceu
Depois que lhe encontrei
Meu coração se rendeu
E agora
Eu não sei
O que vai ser de mim
Ó minha colombina
Deixa eu ser
Teu arlequim.

Esqueça a dor
Da ilusão
Vem
Vem me dê à mão
O mundo está em flor
Chegou carnaval do amor.

É dia
É folia
Não fale nada
Não faça nada
Não pense em nada
Só seja minha namorada.


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Maresia

Sem direção,
Sopra
A inspiração,
Dobra
A menina
À esquina
Da arrebentação.

À deriva,
A maré se esquiva
Da conta
Pequenina
E encontra
Pronta
A menina.

Menina
Que repentina
Se despe da poesia,
Meia por meia,
E presenteia
A maresia
Com contos de areia.


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Margeando-te

Quando meus passos caminham em seu encalço
Lado a lado, ladeando e beirando, margeando um ao outro
Outro ao um
A estrada vai dando em tudo, dando em nada
Sou alguém, sou nenhum
Passando pela estrada alongada

Eu passo namorado enquanto passa enamorada
E do ventre da noite escura nasce uma brisa louca
E nos joga à loucura de sua formosura
E toda estrada quer acabar em sua boca
E toda noite para nós ainda será pouca
...
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