Daniel Campos

Politiquia


2008 - Prosa

Editora Auxiliadora

Resumo

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20/02/2008 - E agora, Fidel?

"Pátria ou morte, venceremos! Socialismo ou morte!". Começo este texto com o bordão usado por uma das figuras mais polêmicas de nossa história para fechar seus discursos. Estas aspas ilustram a lápide de um tempo. Em Cuba, caiu Fidel Castro. Não foi pelas mãos de soldados norte-americanos, ou de um povo sedento pela própria liberdade ou de um traidor qualquer. Fidel caiu por suas próprias mãos.

Não vai mais ter charuto e revolução. Não vai mais ter discurso de quatro, cinco, seis horas. Não vai mais ter aquele uniforme verde musgo. Não vai não vai não vai. O ditador renunciou, ou melhor, enterrou-se vivo. Será que Fidel desistiu porque deixou de acreditar em seu próprio socialismo? Um gesto de covardia ou de coragem, o que foi a renúncia de Fidel?

Há uma multidão a comemorar e uma legião a chorar a queda de seu ídolo. E agora, como será Cuba sem a barba de Fidel? Será que depois de tanto tempo o povo sabe o que é democracia para escolher um novo líder? Será que aquele seu irmão Raúl, não menos ditatorial, vai meter sua colher nesta ilha?

Como será que estão as cabeças de Hugo Chavés, Evo Morales, Lula... homens que pautaram suas vidas na história de Fidel. Com sua renúncia, tudo perde o sentido. Resta saber se a história vai fazer de Fidel herói ou vilão? A única certeza é a de que a morte não quis decidir isso mitificando-o, isto é, colocando-o acima do bem e do mal. Restou o destino incerto de ser julgado em vida. Adeus Fidel!


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