Daniel Campos

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Um copo de mulher amada

Escrevo a mulher amada
Porque ela é feita de escrita
Seu corpo é de prosa
Sua alma é de poema
E as rimas e outras métricas
São resultado de seu metabolismo
Interior.
Se a mulher amada fosse bebida
Bebê-la ia
Na ânsia de um só fôlego
Feito cachaça
De botequim
Ou no deguste
Lento e angustiante
De um vinho
Pisado aos pés de Baco,
Dependendo só de como
Onde e quando
A mulher amada
Se liquidificaria.

A única certeza
É de que eu seria um bêbado
Assumido, convicto
E até inveterado
Independentemente se social
Ou caído em sarjetas
Bêbado e nada mais...
Posto que as palavras
Secas e sólidas
Vindas da mulher amada
Já me causam um poder embriagador
Capaz de me deixar
Sob os efeitos numa ressaca
Chamada saudade.


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