Daniel Campos

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11/11/2015 - Trem de lata

O trem vai comendo curvas
Estufando o peito de ferro
E fazendo seu berro ecoar
Tal choro sentido de viúva
Em meio à tarde de chuva

Trem que leva carga e gente
Sempre tocando em frente
Sonhos, lembranças e solidão
Pelos vagões em serpente
Às curvas do coração-carvão

Toca, toca o trem maquinista
Se tu fosse um florista
Não sujava a mão de cinzas
Mas de rosas tão lisas
Quão o rosto da equilibrista

Pobre maquinista não esquece
A bela que vive entre os trilhos
E os seus tantos espartilhos
Eleva a ela apitos e prece
E a saudade não lhe desce

Tristonho o trem vai pela serra
Faiscando, correndo pela terra
Como uma centopeia de lata
Indo pelas nuvens, rios, matas
Como o tempo que não espera


Comentários

11/11/2015, por Luisa Mendes:

Lindo adorei muito

13/11/2015, por Henrique:

isso dá música, aliás já é música. tem sonoridade.


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