Daniel Campos

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Tranca nas mãos

Ao olhar as árvores frondosas
Eu vejo ao meio do arvoredo
Um tranqüilo pássaro a voar
Sem possuir o medo de cair.

Prefiro beijar a solidão.

Eu também não temo o futuro
Desconheço (ou finjo) meu passado
Vivo somente o instante de glória
Sem a insensatez da desilusão.

Acaricio a ingrata ilusão.

Eu vivo no lugar dos mortos
Um consolo para as lágrimas
Não quero ser esperança
Apenas tê-la é necessário.

Não verto a compaixão.

O poder não compra minha alma
Não trucido (mais) sentimentos
Com a foice da falsidade
Ou nos dentes de outra fera.

Não padeço outra paixão.

Prefiro beijar a solidão
Acariciar a ingrata ilusão
Não verto a compaixão
Não padeço outra paixão.

Eu sou o que não quero
E assim,
Beijo-me, acaricio-me e me verto
Padeço-me e me espero
Nas mãos em tranca.


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