Daniel Campos

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Soneto passional

Debaixo de sua quietude quieta
Olhos amanhecem um outro dia
O sol, comum e simples, inebria
Uma solidão vermelha e poeta.

Debaixo do medo e do desespero
Um de repente que se faz calado
Lambendo a amada como um tarado
Que em silêncio goza de seu tempero.

Debaixo de cansados pensamentos
Ela se deita em leveza tamanha
E dança nos braços dos cata-ventos.

Debaixo do desejo de acordá-la
Ele a beija e chora e grita e se estranha
Sofrendo a tara e o medo de matá-la.


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