Daniel Campos

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Reflexão

Alma pobre minha a viver do mal do amor
Das gralhas
Que agourentas amam-se
Entre risos e pragas
E barulhentas declamam-se
E se traem em adagas
Pela estrada onde vaga
A alma pobre minha a implorar
E suplicar por um amor de migalhas.

Teus falsos olhos sorrindo
Fingem que não me conhecem
Meus meros olhos chorando
Dos teus não mais se esquecem.
Não sabe meu nome, o teu louvei
Não me soa a voz, a ti cantei
Não sonha comigo, contigo hei
De falecer na ilusão
Da canção de um rei.

Mas não aceitaste a madrugada
De lamentações anda cansada
Nos ombros escora a fosca lua
Que pende e tende à rua
E eu saio à procura de teus passos
Como quem procura um pedaço
Que falta para enterrar de uma vez um adeus
Que já se vai longe, longe dos dias meus.

Alma pobre minha que vive sem viver
Alma pobre minha, morrer-te-á de sofrer
Na palma da mulher
Que me mata
E me arrebata o quanto mais puder.


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