Daniel Campos

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Pressupostos

Quando ela partir
Que vá sem quaisquer dizeres
E por maiores as perdas
Que seja o prazer de tantos pesares.

Que haja nos olhos o silêncio
Em lembranças do que fomos
E independente dos resgates
Que não digamos nada um ao outro.

Que haja todo e qualquer esforço
Para evitar os melodramas
E nos nossos guardados
Que surja apenas um sorriso avesso.

Que sejamos feitos de disfarces
Que se possível, não nos reconheçamos
E como farsantes, tentando se enganar,
Escondamos de nós mesmos.

Usemos todo o repertório de frases banidas
Que não conseguimos entender
E como parteiras vestidas de cegueira
Que não sejamos nada mais do que mãos.

Talvez as mãos sejam as últimas imagens
E os olhos os últimos conselheiros
Que irão manchar fotografias
Num encontro em preto e branco.


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