Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Passos de pulsação

Quando ela entrar em casa
Escutar-se-á a sutileza de seus passos
Movendo rompendo absorvendo
Portas que enclausuram histórias
Não! A clausura não fará mais sentido
No entanto, essa nova época
Será sem urros ou maiores alardes
Pois sim, ela virá quieta
Como a pétala que nasce e morre
Sem gritos ou gemidos
Mas não será preciso estardalhaços
Quando chegar
Far-se-á sentir a sua presença
Ninguém saberá as horas
Nem o relógio de corda
Posto que ela
Momento a momento
Pulsa
Telefones, cartas, sonhos
Perdem o sentido
Assim que ela se torna concreta
A imagem percorre corredores
Salas, quartos, jardins
De inverno
Ela virá por inteira
Deixando perceber-se o corpo
A pulsação, a beleza
Virá sozinha
Caminhando sem saber por aonde ir
Não se saberá se escuro ou claro
Se longe ou improviso
Se quando ou sempre
A única certeza será a espera
A espera do encontro
Que de tão planejado, estudado, traçado
Far-se-á espontâneo
E quando senti-lo
Eis que o silêncio
Envolvera-nos
Com os restos da saudade.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar