Daniel Campos

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Onde se esconde

As vozes do vento
E os algozes do tempo
Estão aqui
Fora
E nessa prosa
Quem é que chora?
Quem é que sorri?
Quem é que goza?

Quando é o momento
Em que nós
Vamos ficar a sós
Pra fazer as pazes?

Quem esconde e onde
Esconde-se o conde?

De onde se esconde
Ronde quem esconde
Os ases
Que podem findar esse jogo
Que podem calar esse lobo
Que quer devorar nossas linhas
E deixar nossas mãos mais que sozinhas.

Não adianta os gritos
Dos aflitos
Dos benditos
Dos beneditos
Dos não ditos
Não adianta jogar na mesa
Valetes, damas, reis ou rainhas
São Jorge traiu o dragão
E matou a última princesa.

Ah! Entre os céus da escuridão
Soa o não como fruto do perdão
O desejo então e o vagão
Da peregrinação que trilha entre o não
E o sim e o não e o sim e o não
Numa escolha que se espalha pelo chão
Entre os céus da escuridão.

Ah! Vênus
Planeta dos pastores
Deusa dos amores
Deusa dos amores
Empunha sua lança
E dança
Pela trança
Do destino
Que nos lança
Menino e menina.

Ah! Por onde andam teus seios castos?
Ah! Por que se perdeu dos meus braços?
Ah! Por que a saudade me deu seus traços?
Ah! Por que os espasmos têm de ser tão vastos?
Ah! Por que tudo é um quê de um pedaço
De um romance que lhe pede um outro passo?


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