Daniel Campos

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26/01/2016 - Olhos nos olhos

De repente,
Desfez-se a razão
E me despi
Do corpo
E de todo peso
Lastro e nó
Então só vi
O ausente
Nos olhos seus
Frente aos meus
Não era de deus
Nem do debaixo
Era algo por entre
O que procuro
E o que não acho
Um diacho
De um quê tênue
Como buquê
Seguindo na mão
De alguém, de quem
Não se sabe noiva
Mas carrega em si
Um amor tão
Sublime de fé
Que se estende
E se reprime
Tal mar de maré
Que canta
E se agiganta
Na pequenitude
De um bem-te-vi
Que no mesmo pio
Chora e ri
De uma saudade
Que ecoa no vazio.


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