Daniel Campos

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Óculos escuros

Não se esconda por debaixo dos óculos escuros
Não tenha medo
Aliás, não tenha nada além do que já tem
Eu quero encontrá-la sozinha
Em seus sentimentos.
Não quero fantasias
Quero-a por inteira
Venha da maneira que vier.
E de nada vale os óculos escuros
Posto que eu sinto a sua pele
Os desejos presentes em suas mãos
O jeito como se deita
O jeito como dorme
E se seu sono é leve ou cheio de dramas.
Eu a sinto, embora não a veja, eu a absinto
E sinto os contornos da sua boca
O ritmo que respira
O movimento do ar em seu corpo
O seu sangue, o seu pulso
Sei por aonde vão os fios do seu cabelo
Sinto até os seus pés encolhidos
Como que refugiados
De medo.
Sinto-a em sua fala
Em seu fingimento
E é por isso que não adianta disfarçar
Eu a sei
Eu a sinto
Eu a creio
E até sei
Se é tarde ou cedo
Nesse seu olhar de esfinge
Que nada vê, apenas finge.


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