Daniel Campos

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20/04/2015 - Mulher apocalíptica

Não é tolice, crendice ou meninice
Pois há muito de apocalipse
Na mulher amada que chega
Com a lança do sofrimento
Na garupa do cavaleiro
Do final dos tempos
Com olhares de guerra
E um desejo inteiro
De conquistar a terra
Tendo sua feminilidade
Como seu maior engodo
Para colocar o mundo todo
Sob seus pés de mulher
Invencível, incrível, intransponível
Vai pisando rés ao chão
Meio que voando meio que andando
Mescla de realidade e ilusão
Chega disposta a explodir, a ruir,
A submergir, a destronar o universo
Reduzindo as escrituras a um único verso
O seu verso mais perverso ou diverso
Seja qual for a verdadeira interpretação
O fato é que essa mulher chega inteira
Ardendo gélida como fogueira
Endiabrando como anja sem eira nem beira
Depositando sua sangria no coração
Rendido sem perdão ou interrogação
Coração marcado, sinalizado, atestado
Como território grilado e registrado
À mulher sem futuro e sem passado


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