Daniel Campos

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30/10/2015 - Minha pele minha roupa

A minha pele
É a minha roupa mais íntima
Meu traje de gala
Às horas de plena entrega
Nunca estou nu
Pois a minha pele me cobre
E guarda desenhos
E impressões e sensações
A minha pele
Atiça, atrai, reboliça
A ponto de se arrepiar
E tremer e corar e suar
A minha pele
Fala a sua língua
Entende as suas mãos
Responde ao seu corpo
Tem camadas de intenções
Sendo do elemento ar
Pois quando se desmancha
Minha pele some ao vento

Quantos os nomes, as silhuetas,
As paisagens, as luzes, os sentidos,
As borboletas, as cores, os informes,
Os gostos, os gemidos, os versos,
Os perfumes, os toques, as bocas,
Os olhos, as docas, as notas,
Os temperos, as linhas das sinas
Tatuando, manchando, colorindo,
Cantando, tomando, evoluindo
Pela minha pele num grande carnaval
Tendo meu corpo como palco principal

A minha pele é a minha roupa
Nem demais nem pouca


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