Daniel Campos

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Fim da linha

Hoje, sinto como se eu me perdesse de mim
Parece que quando nos deixamos no telefonema de ontem
Sem adeuses e com promessas a curto prazo
Fazíamo-nos despedidas.
A sua voz mais distante a cada nova sílaba
Afastava-se nessa imensidão noturna, noite imensa
Sem querer que percebesse
Parecia se querer fazer perto
E eu ainda mais perto
Mas distanciávamo-nos, mesmo frente a frente, voz a voz
Numa sensação de nunca mais.
E pior, uma sensação de que nos desvencilhávamos do passado
Era um momento sem acesso as suas lacunas
Ficamos somente nas palavras mal acabadas
Que andavam naquele fio em espiral
Fio negro de noite
Palavras que se multiplicavam em si mesmas
Durante a noite que vestiu o dia seguinte
Em mistérios que permanecem calados.


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