Daniel Campos

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Fantasmas

Corro entre capins
Caio em buracos
Atravesso arames farpados
Grito para ninguém
Piso em pedras
Trilhos desertos
Pontilhões em ruínas
E por mais distante
Do sol anterior
Ainda sinto a sua presença
Um suor
Uma tremedeira
Uma angústia
Não durmo
Não paro
Fujo
Guiado sem mãos
Pareço andar em círculos
Que trazem o ontem
A minha frente
E deixam o amanhã
Nas minhas costas
Espinhos
Barrancos
Cruzes
Restos de vida
Que me perseguem.


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