Daniel Campos

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Calcanhar de aquiles

Será que nunca vou perder esse medo
De perdê-la
Esse sentimento
Que me devora em fartas colheradas
Sou aflição
Sou desassossego
Sou o pecado
Sem perdão.
Estou tranqüilo, e de repente
Me sobe
Uma comichão pela espinha
O peito se aperta
O coração vira contorcionista
E se espreme
Dentro de uma caixinha de fósforo.
Ah! Porque não vem um desejo louco
Montado num cavalo
E me ateia fogo
E me queima
De uma vez.
Agora, preciso ficar assim
Umedecido pelo combustível
Da insegurança
Que me consome em espera
Está tudo bem
Mas há um medo
Escondido
Atrás da minha orelha
Está tudo bem
Mas há um medo
Atarracado
Em minha garganta
Está tudo bem
Mas há um medo
Me empolando
Me tomando
Me virando
Pelo avesso.
Será esse o calcanhar de Aquiles
Do amor maior
O medo de perdê-lo
Tão logo achado
Ah! O medo
Feito moinho puxado a boi
Me mói
O medo
Feito ferrugem
Me corrói
O medo
Feito traça
Me rói
Ah! O peito já dói
A cabeça já dói
A alma já dói
Na incerteza
Da beleza
Desse amor
Que de tão grande
Se expande
Em medo
E outros segredos.


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