Daniel Campos

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Cadê

O relógio me mata
Me maltrata
Com sua pata
Ou será ponteiro?
Eu, prisioneiro
No gueto
Da tua falta.
Eu, veleiro
Arrastado pela maré alta
Da saudade
Que invade e arde.

A cada minueto
Entre terra lua e sol
O tempo acende uma nova vela
Para comemorar a idade
Da minha solidão
E o que era um curta-metragem
Tua ausência fez novela.

O que era um assobio
Uma bobagem
Tornou-se solidão
No pio de um pintagol
Que se escondeu debaixo
Cá embaixo
Do no nosso lençol.

Quero sumir
Quero ir
Ao seu encontro
Mas a imensidão
Da solidão
Neste momento
Deixa-me tonto.

Em mim, o tormento
Do teu vazio.
Em mim, o sentimento
De querer-te perto
Corre o meu deserto
Na corredeira de um rio.

Um rio que leva
Todo sal da vida
Toda a treva
De uma despedida.

Mas quem é que se despediu
E abriu essa ferida?
E para onde
Sumiu?
Quem me feriu?

Ninguém responde
Ninguém fala

Todo mundo se cala
Diante do tempo que arrumou sua mala
E partiu.


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