Daniel Campos

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As águas da mulher amada

Um rio sagrado
Eis como deve ser quisto o corpo da mulher amada
Um lugar sacro
Onde se banha para purificar
Os cernes da alma...
Quantos os círculos de medo
E de amor e de esperança
E de fantasia
Compondo o íntimo da mulher amada...
Quantas as magias correntes
Nas águas de carne
Da mulher que de quão doce
Brinca ao lado de botos
Cor-de-rosa...
São águas revoltas
São águas remotas
São águas místicas
As águas da mulher amada...
Quero me lavar na água-de-cheiro
Do corpo da mulher amada
E subir suas escadarias
Rumo ao Senhor do Bonfim...
Quero descarregar e limpar
Toda inveja, ódio, olho grande
Todos os males físicos
Que caíram sobre mim
Nos últimos séculos
De solidão...
Quero me banhar
De maneira branda
Pensando em todas as ervas
Que fazem parte da mulher amada
E entre os seus ramos silvestres
Quero me banhar no teu sal
Quero me banhar no teu mel...
Hei de pisar sob lençóis
Que como carvão
Absorverão toda a carga negativa
Decorrentes de longos minutos
Da mais cancerígena das saudades
A saudade da mulher que corre
Em leitos e se quebra em corais
Coloridos...
Quero me batizar
Nas águas da mulher amada
Exorcizar meus demônios
E renovar meus votos
De amor eterno.


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