Daniel Campos

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05/03/2016 - A jararaca está viva

Eis que a jararaca está viva
E ainda sibila altiva e forte
Enrolando a própria morte
Serpenteia pelo engodo
Da sua cruel existência,
Escamoteia de tudo e todos
Como se estivesse além
De qualquer penitência.

Vem jararacando impunidade
E raspa seus crimes no chão
Corrompendo a realidade
Que há entre o herói e o vilão,
Abarca os seus pares e prega
Que enfim trocou de casca
Quando só voltou à original.

Não há sinal de paz ou amor
Nesta cobra que não nega
A natureza do predador
Está peçonhenta, violenta
Disposta a injetar seu veneno
Fatal num país que no seu rastro
De miséria se tornou pequeno.

Medra, Brasil, que certa é a queda
Nos golpes e baixos contragolpes
Da jararaca briguenta, truculenta,
Que só se importa com sua cauda
E assim quer fugir da sua sentença
Quer enganar, ferir, ludibriar e violar
A Justiça que ou se vende ou é cega
E por isso não acerta a sua cabeça.

Entre mordidas e picadas
Vai fazendo sua estrada
De ódio e dor numa gente
Que por pena de matá-la
Ou na ilusão de admirá-la
Deixou de ser inocente
Merecendo enfim o fim
Nas presas da serpente.


Comentários

10/03/2016, por Paulo Henrique:

é Isso aí!


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