Daniel Campos

Texto do dia

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07/02/2009 - Um dia de rotina

Há uma pobreza de assunto circulando pelos canais abertos e fechados. Parece que estamos em um imenso e tedioso recesso. Não acontece nada de novo. Será que a humanidade esgotou-se de novidades? Isso me faz cantarolar Roberto Carlos "o dia vai passando, a tarde vem/ e pela noite eu espero/ vou contando as horas que me separam/ de tudo aquilo que mais quero". É como se esperássemos um tempo que não chega nunca.

Se não há nada de novo do lado de fora da janela, então a solução é promover a revolução dentro de casa. Uma comida diferente, uma roupa diferente, um jeito de beijar diferente. E, na medida do possível, brincadeiras com o relógio. Mudar o horário das refeições, dos passeios, dos atos de dormir e levantar. E assitir a um filme novo, e ler um livro novo, e escrever o novo que ainda não nasceu. Revirar gavetas e recilcar os guardados na tentativa de gerar o futuro.

Que a economia continue na mesma. Que a política não saia do lugar. Que a sociedade sacoleje de acordo com a maré. Eu tenho que viver algo à parte, que me traga o sabor do novo. E transformar o sentimento de longa data em um amor novo a cada dia é mais do que um escolha, é uma questão de sobrevivência nesses dias em que o mundo realmente parou. Para fechar o texto, vou chamar aquele que vem reiventando o amor há cinquenta anos.

"O sol ainda não chegou
Num dia de rotina
O nosso amor começa e termina
Quando nasce mais um dia
Um dia de rotina"


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