Daniel Campos

Texto do dia

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31/01/2009 - Pescador de sonhos

Há exatos cinqüenta anos, o papa Pio XII anunciava, em uma audiência pública, o descobrimento da tumba de São Pedro. Suas relíquias foram encontradas em escavações realizadas no Vaticano, mais precisamente, sob a Basílica de São Pedro, onde teria sido sepultado no ano 64 d.C, depois de ter sido crucificado de cabeça para baixo. Ufa! Mas por que falo sobre isso? Para relembrar uma passagem na vida deste Pedro, que hoje é santo. Para isso, convido você a viajar pelo tempo e pela história. Antes de ser o primeiro papa da igreja, um dos motivos das festas juninas, o príncipe dos apóstolos que negou Jesus três vezes e depois chorou, Pedro era um simples pescador.

Mas essa não é uma simples história de pescador, não é? Pelas mãos de seu irmão André, Pedro chegou até Jesus, que, de imediato, o chamou para se tornar um de seus discípulos. De joelhos, Pedro ouviu que seria pescador de homens. Muita coisa aconteceria dali em diante, mas vamos ficar neste ponto. A tarefa de pescar homens e mulheres para integrá-los em uma rede de amor, desprovida de qualquer interesse material ou carnal, é, no mínimo, intrigante. Como toda pescaria exige uma paciência sobre-humana, o que podemos chamar de perseverança, e uma boa dose de sorte.

Hoje em dia, os pescadores de homens e mulheres mais bem sucedidos são, sem dúvida, os marqueteiros políticos. O ato de convencer milhares de pessoas a votar em um sujeito que não é nada do que aparenta ser pode ser compreendido como um quase-milagre. Além dos políticos, há bancos, companhias telefônicas, concessionárias, seguradoras, televisões e igrejas tentando pescar homens e mulheres com a isca da chave dos céus. Mas quando o anzol fisga, as portas que se abrem são as do inferno. Por isso, eu, de forma mais humilde, prefiro cevar e pescar meus próprios sonhos a morder qualquer isca grande por aí.


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