13/03/2009 - Mundaréu
Estou longe de casa. Na verdade, estou longe de mim. Sou planeta rebelde, perdido de sua galáxia. Sou espaço, espaço, espaço e nada. Estou pra lá de Marte, estou aquém de Plutão. Meu sol não é tão quente. Tenho nove luas. Não sou habitado. Aliás, acredito que não sou habitável. Não tenho água, não tenho gravidade, não tenho tempo.
Sou apenas um viajante de mim mesmo. Ora estou, ora sou. Ora vou, ora vôo. Ora sim, ora não. Sou o caos. Tenho explosões diárias. Estou em constante mutação. São tantos meteoros, meteoritos, cometas e estrelas cadentes caindo em minha cabeça. Ah! Quero uma chuva de analgésico e um quarto escuro de lua para me internar.
Não consto na cartilha das escolas. Não pertence a altas algum. Não listo no catálogo dos astrônomos. Sou invisível quando quero. E, na maioria das vezes, quero-me assim. Meu mundo viajante de outros mundos. Sou galáctico. Sou espacial. Sou poeira de uma estrela divina. Sou o começo do nada e o fim do tudo. Sou o mundo de mim e o eu do mundo.
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