09/04/2009 - Lavações e louvações
Lava, lava seus pés nos meus pés, num ritual de lavações e louvações. Lavo seus pés para você marchar. Lavo seus pés para você pontear. Lavo seus pés para você volitar. Lavo seus pés de todas as impurezas, de todas as incertezas, de todas as indelicadezas dessa vida. Seus pés tão puros, tão certos de si e tão delicados. Pés de luz, pés de flor, pés de buquê de sol.
Humildemente, lavo meus pés nos seus pés e vou conhecendo quem é você ou quem tu és. Sabonetes de rosa, pedras de cheiro e de espuma, e água corrente da mina de um rei. Rei sol. E se um pintagol cantar enquanto nossos pés dançam no sabão se abrirá uma nova estrada pra gente trilhar, pra gente rumar, pra gente pecar e confessar nossos dias, nossas fantasias.
Lava, lava meus pés. Sou seu apóstolo. É o divino feminino deste menino que lhe tem como destino. Ah! Lava, lava meus pés que eu lhe lavo toda, da cabeça aos pés. Eu lavo seus pés de dama, de fêmea, de moleca... pés de menina e de mulher se misturando na tina. Traga seus sais e suas essências, vamos pagar nossas penitências, lavar nossas existências. Reza, reza enquanto os céus lavam as escadarias dos seus pés.
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