Daniel Campos

Texto do dia

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17/07/2009 - Ilusão, eu não eu não

Hoje é um dia de sucessões de atos desagradáveis. Tudo é perturbador. Os fatos se confundem. Nada parece dar certo. Tudo gira em torno da palavra insucesso. Até mesmo os presságios são desoladores. O desejo segue na contramão da ordem natural das coisas. A contrariedade aumenta. O pessimismo abre os braços e lhe chama para um cafuné. As lembranças negativas passam pela mente como filme velho. E vem o desânimo. O físico e o psicológico sofrem. Sente-se a pressão de forças sobrenaturais. Forças que você acredita não poder combater. E dá-lhe mau-humor, corpo ruim e pensamentos negativos.

Calma! Para esses dias, tenha sempre à mão, um punhado, bem farto, de ilusão. Seja para semear um canteiro, para temperar um prato, para presentear alguém. Não se esqueça de levar uma réstia de ilusão ao sair pelas ruas, mas cuidado para não esquecê-la em um lugar qualquer. Tenha a ilusão sempre ao seu lado e, ao dormir, pelas redes da noite, acomode-a embaixo do seu travesseiro de algodão. E lembre-se de que viver de ilusão é melhor do que viver na solidão.

Ilusão é o melhor remédio para dias vazios, dias sombrios, dias que se afastam de seus propósitos como rios, águas correntes. Por mais que a ilusão cause confusão em seus sentidos, não viva sem ela. Ilusões ópticas, táteis, auditivas, olfativas, gustativas... Iluda-se de que o caminho é de caramelo e habite, com todo gosto, o mundo paralelo que a ilusão lhe oferece. Cresce, mas não se desvencilhe da ilusão.

Mergulhe no ilusionismo. Tome doses homeopáticas ou entre em coma ilusório. Entre alucinações e delírios, iluda-se cá e lá, aqui e ali. Iluda-se sem culpa, afinal o mundo nunca é o que realmente é. Tudo é uma questão de ser. Por isso, não se prenda a um só mundo. Reinventa-te a cada segundo. Rei ou vagabundo, eu não sei, iluda-se como bem quiser. Só se lembre de que atrás de cada ilusão esconde-se uma mulher.


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