02/05/2009 - Eu morcego
Pelo ventre da natureza, pela sede dos vampiros, eu quero ser morcego para enxergar o mundo como ele, o mundo, está - de ponta cabeça. Só assim e somente enfim, conseguirei ver além do caos, das tortices, das esquisitices desta terra. Afinal, deu um redemoinho moral, ético, social e o mundo, sem pudor algum, virou de pernas pro ar. Agora, é preciso inverter o eixo, sucumbir a gravidade, mudar o ângulo de visão em feitio do morcego, que se dependura para viver, para sobreviver, para bem-viver...
Pela sede da natureza, pelo ventre dos vampiros, eu preciso ser morcego para ter um sonar que me faça fugir de roubos, assaltos, assassinatos, dívidas, epidemias, fantasmas, despautérios. Conseguirei escapar dos falsos, dos fracos, das perdas de forma natural. Pelos redemoinhos da vida, quero voar de olhos fechados e com as asas envergadas à luz da lua, lua cheia e vampiresca, sem me preocupar com nada ou ninguém, senão com o pescoço da minha fêmea, cálice de sangue, santo graal da minha fé.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.